O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu nesta segunda-feira (09/11) com o presidente norte-americano, Barack Obama, na Casa Branca, sede do governo dos EUA.
O encontro se centrou na renovação de um acordo militar entre os dois países que expira em 2018. Netanyahu busca aumentar a quantia atual que os EUA repassam a Israel, de US$ 3,1 bilhões a US$ 5 bilhões anuais durante um período de 10 anos, segundo fontes informaram à agência de notícias Reuters.
EFE
Foi o 16º encontro entre os dois líderes, porém o primeiro desde o acordo nuclear com o Irã, firmado em julho deste ano
“Israel suportou um enorme peso na defesa ao longo dos anos”, declarou Netanyahu. “Somos obviamente testados hoje em dia pela instabilidade e insegurança no Oriente Médio. Todos podem ver com a selvageria do Estado Islâmico e a agressão e terror dos representantes do Irã e do próprio Irã”. Estados Unidos e Israel estão interessados no acordo, porém divergem em relação à quantia.
Segundo Obama, Washington e Tel Aviv levarão um tempo para chegar a um ponto em comum. “[O acordo] irá expirar em alguns anos, mas queremos dar início logo [às negociações] para assegurar que tanto os Estados Unidos quanto Israel possam se planejar efetivamente para que nossas necessidades de defesa continuem seguindo em frente”, disse o presidente.
Essa foi a primeira reunião entre os dois líderes desde o acordo nuclear firmado em julho deste ano entre o Irã e potências mundiais lideradas pelos EUA, episódio que estremeceu as relações entre Obama e Netanyahu, principal opositor a Teerã. Em março, duas semanas antes de enfrentar eleição em Israel na qual foi reeleito, Netanyahu discursou no Congresso dos Estados Unidos após ser convidado pelo Partido Republicano e tomou as negociações com o Irã como o foco das suas críticas.
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O ministro da Defesa de Israel, Moshe Ya'alon, declarou nesta segunda-feira que seu encontro em Washington com o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, resultou em acordos com o governo norte-americano. Ya'alon afirmou que os dois lados concordaram quanto às tecnologias e sistemas militares que serão enviados a Israel.
No entanto, o pacote do financiamento anual ainda não foi acertado. Ya'alon não especificou a quantia almejada e declarou apenas que “diante das circunstâncias, precisamos mais do que temos agora”.
Uma fonte próxima à negociação informou ao jornal israelense Haaretz que o governo Obama tem a intenção de aumentar o valor em cerca de US$ 1 bilhão, para US$ 4,1 bilhões. Em 2016, o gasto total em segurança dos EUA com Israel irá representar mais da metade do financiamento militar de Washington a todos os países.
EFE
Nos últimos dois meses, violência entre Israel e a Palestina cresceu
Palestina
Outro tópico do encontro foi a recente escalada de tensão entre israelenses e palestinos. Segundo Obama, “o ambiente de segurança do Oriente Médio se deteriorou”. Israel e Palestina vivem uma onda de violência que já resultou na morte de dezenas de pessoas, sobretudo palestinos. Foi registrada uma série de episódios de esfaqueamento seguidos de retaliação com armas de fogo pela polícia israelense.
Netanyahu afirmou que Israel “não perdeu as esperanças de paz” e disse ser a favor de uma solução conjunta. “Permaneço comprometido com a visão de paz de dois Estados e dois povos: um Estado palestino desmilitarizado que reconheça o Estado judeu”.