Em pronunciamento à imprensa, o embaixador da Líbia no Brasil, Salem Ezubedi, acusou nesta quinta-feira (25/02) a Al Qaeda de comandar os protestos contra o governo de Muamar Kadafi. Segundo Ezubedi, a “participação de terroristas” motivou o governo líbio a repreender as manifestações.
De acordo com o embaixador, os terroristas roubaram armas com o objetivo de controlar os poços de petróleo do país e “invadir” a Europa. Segundo Ezubedi, eles usam a população como escudo humano. “Temos provas e informações de que a Al Qaeda deseja fundar um centro de mobilidade na região leste da Líbia para atacar a Europa”, afirmou.
Segundo o embaixador, diante da ameaça à unidade do país e às nações vizinhas e da tentativa de “transformar a Líbia em uma nação terrorista”, o governo líbio resolveu enfrentar a situação. “Sentimos muito pela perda de vítimas inocentes e contamos com eles como mártires perante Alá. Sentimos muito pela necessidade de usar a violência para enfrentar esses problemas desde o início”, disse. “Todo o país tem o direito de lidar contra quem apresenta ameaça para sua segurança e unidade”, acrescentou.
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Ao falar sobre os brasileiros que estão na Líbia, Ezubedi afirmou que todos estão bem e retornarão ao país o mais breve possível. “Desejo tranquilizar sobre a saúde dos funcionários das empresas brasileiras”, disse.
O embaixador disse também que a situação na maior parte da Líbia é boa e negou que a tensão na cidade de Benghazi, segunda maior do país e onde ocorrem os conflitos mais violentos, seja grave como “está sendo divulgado na mídia tendenciosa”. “Para terem certeza, podem conversar com alguns brasileiros que retornaram.”
Salem Ezubedi disse ainda que não deixará o cargo. “Eu aqui represento meu país e considero meu trabalho uma responsabilidade e honra. O abandono do cumprimento da minha responsabilidade seria uma traição ao meu país”, disse.
Desde o início da crise na Líbia, dez embaixadores líbios deixaram seus postos. Eles chefiavam as missões nos Estados Unidos, Índia, China, Austrália, Bangladesh, Indonésia, Malásia e Polônia, além do representante na Liga Árabe e na ONU.
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