O governo da Coreia do Norte informou que está disposto a retomar as negociações sobre o seu programa nuclear. O enviado especial norte-coreano à China, Choe Ryong-hae, disse nesta sexta-feira (24/05) às autoridades chinesas que o governo está disposto a seguir as recomendações de Pequim e retomar as negociações sobre o tema.
Choe, que é general quatro estrelas e diretor do Departamento Político do Exército norte-coreano, disse ter ido à China com a disposição de buscar um acordo. O militar se reuniu nesta quinta-feira (23/5) à noite com Liu Yunshan, do comitê permanente do PCCh (Partido Comunista Chinês), o principal órgão de direção do regime.
Reprodução/Rondong Sinmun
Enviado de alto nível da Coreia do Norte Choe Ryong-hae visita distrito econômico e tecnológico de Pequim no dia 23 de maio
“[O governo da China] espera que todas as partes implicadas façam adesão ao objetivo de desnuclearização da Península Coreana e mantenham a paz e a estabilidade”, disse Yunshan, em comunicado. “[Peço que] adotem medidas concretas para reduzir as tensões, façam avançar ativamente o diálogo e as consultas e retomem as conversações a seis partes, em breve.”
NULL
NULL
Choe também conversou com o chefe de Estado chinês, Xi Jinping, informou nesta sexta-feira a agência de notícias oficial Xinhua. Choe se reuniu com Xi no Grande Palácio do Povo, em Pequim, e lhe entregou uma carta pessoal de Kim Jong-un. Após Xi ter expressado o interesse da China em uma península norte-coreana desnuclearizada, Choe respondeu que seu país está disposto a “negociar através do diálogo para resolver os problemas” com prontidão.
A reunião de Choe com Xi acontece nos dois dias de encontros do enviado norte-coreano, primeiro alto funcionário que visita Pequim desde agosto passado. Choe também se reuniu com Fan Changlong, vice-presidente da Comissão Militar Central, o principal órgão do Exército chinês.
Nos últimos meses, as relações sino-nortecoreanas têm se desgastado com a recusa de Pyongyang de acatar aos alertas de Pequim sobre seu programa nuclear. Há muito tempo o maior e único aliado e beneficiador econômico do pequeno país comunista, a China passou a apoiar o resto do Conselho de Segurança da ONU ao impor sanções após o teste de mísseis de longo prazo em dezembro de 2012 e teste nuclar em fevereiro deste ano.
As negociações internacionais envolvem integrantes de seis países. Participam dos diálogos representantes das duas Coreias, da China, Rússia, dos Estados Unidos e do Japão. Desde 2003, o programa programa nuclear norte-coreano é tema de reuniões do grupo, mas as discussões foram interrompidas em 2009, depois que a Coreia do Norte abandonou as conversas devido às sanções internacionais impostas ao país após novo teste nuclear.
* Com informações de Efe, Agência Brasil e Al Jazeera