As autoridades de saúde dos Estados Unidos informaram, nesta segunda-feira (11/04), que o possível impacto e propagação do vírus zika no país é “mais alarmante” do que se previa, com a presença do mosquito em 30 estados do país.
Agência Efe
Médicos Anne Schuchat e Anthony Fauci dizem que possível impacto e propagação do vírus zika é mais “alarmante” do que se previa
“Tudo o que estamos vendo sobre este vírus parece ser mais alarmante do que pensávamos inicialmente”, afirmou a médica Anne Schuchat, diretora adjunta dos CDC (Centros para o Controle e Prevenção de Doenças) durante entrevista coletiva na Casa Branca.
O médico Anthony Fauci, diretor dos NHI (Institutos Nacionais de Saúde), classificou o zika como um vírus “muito incomum” e afirmou que é necessário “conhecer muito mais” sobre sua natureza e seus efeitos nos seres humanos.
“Quanto mais aprendemos sobre o zika, mais preocupados ficamos pelo alcance do que este vírus está tendo”, disse o médico.
De acordo com Schuchat, as autoridades de saúde norte-americanas acreditam que o mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika, está presente hoje em 30 estados do país, e não em 12, como se calculava anteriormente.
Segundo ela, o governo dos Estados Unidos está “bastante preocupado” com a situação de Porto Rico, onde o número de infectados pode chegar a “centenas de milhares”. Estima-se também que centenas de bebês sejam afetados pela doença no território localizado no Caribe.
Até o momento não há muitos casos de transmissão local do vírus no território continental dos Estados Unidos, “mas é preciso estar preparado”, afirmou a médica.
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Além do vírus zika, mosquito transmite dengue e chikungunya
De acordo com as últimas informações divulgadas pelo Departamento de Saúde de Porto Rico, 436 casos do vírus foram confirmados neste ano, dos quais 60 são de mulheres grávidas.
Até o dia 6 de abril, segundo dados do CDC, 436 casos de transmissão do vírus zika associados a viagens para zonas afetadas foram reportados nos Estados Unidos. Destes, 32 eram de gestantes, sete foram transmitidos sexualmente e um deles apresentou a síndrome neurológica de Guillain-Barré.
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Atualmente o vírus circula em grande parte dos países do continente americano. Embora cause sintomas leves entre grande parcela dos infectados, a preocupação maior se refere à sua provável relação com casos de microcefalia em bebês recém-nascidos e a síndrome de Guillain-Barré.
Anne informou também que setembro é a data estimada para a realização da primeira fase de testes da vacina que os Institutos Nacionais de Saúde estão desenvolvendo para combater o vírus. Os médicos fizeram também um apelo para a obtenção de mais verbas para pesquisa.
“Realmente, não temos tudo o que necessitamos”, disse Fauci sobre os recursos disponíveis. Ela lembrou que, diante da não autorização do Congresso para liberar os US$ 1,9 bilhão solicitados pelo presidente Barack Obama em fevereiro, foi necessário recorrer a fundos de outras áreas.
O governo norte-americano anunciou na semana passada que destinará US$ 589 milhões no combate ao vírus. Como o Congresso não liberou os recursos solicitados, parte desse dinheiro virá de fundos já aprovados para combater o ebola.
O recurso “ajudará a chegar um pouco mais longe, mas ainda não é o que foi pedido”, insistiu Fauci.
(* ) Com Agência Efe