Estados Unidos e Rússia voltaram a demonstrar neste domingo (09/12) que ainda esperam uma solução política para o conflito na Síria. O anúncio foi feito pelas Nações Unidas, depois que o enviado da organização para o país de Bashar al Assad, Ladjar Brahimi, se reuniu em Genebra com o secretário adjunto norte-americano, William Burns, e com o vice-chanceler russo, Mikhail Bogdanov, para contornar a crise na Síria.
“As três partes reunidas apontam que a situação na Síria é má e que só tende a piorar. Destacamos que um processo político para dar fim à crise na Síria ainda é possível e necessário”, indica o comunicado.
“Também estiveram de acordo que esse processo político teria que estar baseado nos principais pontos do comunicado estipulado pelo Grupo de Ação da Síria, que se reuniu em Genebra, no último dia 30 de junho”, continua.
Segundo as autoridades envolvidas no encontro de hoje, este acordo defende a formação de um governo de coalizão com membros da oposição e pessoas do atual Executivo que não tivessem as mãos manchadas de sangue.
Brahimi assinalou que o encontro entre os dois altos funcionários foi “construtivo e realizado com espírito de cooperação”.
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“Exploramos formas de poder impulsionar o processo de paz e de mobilizar a comunidade internacional para conseguir uma solução à crise síria”, apontou Brahimi, que também é enviado da Liga Árabe para a Síria.
Os Estados Unidos, através de seu presidente, Barack Obama, advertiram em várias ocasiões o regime de Damasco que a possível utilização de armas químicas poderia fazer com que Washington passasse a considerar uma ação militar nesse país.
Já a Rússia, tradicional parceira da Síria, se opôs desde o princípio do conflito a uma intervenção dirigida do exterior no país árabe e alcançou que o comunicado final do Grupo de Ação em junho não incluísse uma referência explícita à saída de Assad do poder.
O conflito sírio começou em março de 2011 e, desde então, calcula-se que mais de 30 mil pessoas morreram no país, embora alguns relatórios elevem esse número para mais de 40 mil, enquanto o êxodo de refugiados já supera os 200 mil, segundo os dados das Nações Unidas.