Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dmitri Medvedev, assinaram hoje (6) uma declaração conjunta por meio da qual prometem buscar um novo acordo de redução de seus arsenais nucleares em substituição ao START, de 1991, anunciou a Casa Branca. Ao mesmo tempo, a Rússia autorizou o uso de seu espaço aéreo para o trânsito de tropas e armas dos Estados Unidos com destino ao Afeganistão, diz uma nota sobre os acordos selados hoje, durante a primeira visita oficial de Obama à Rússia.
O START I permitiu uma redução dos arsenais de ambos países de dez mil a 2,2 mil ogivas nucleares e limitou a 1,6 mil a quantidade de mísseis intercontinentais a bordo de submarinos e bombardeiros. Em abril, os dois presidentes tinham expressado sua vontade de que o tratado estivesse pronto em dezembro, quando expira o Start I.
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Os presidentes decidiram trabalhar na cooperação contra a proliferação nuclear e na criação de uma comissão bilateral que será responsável por coordenar as medidas dos dois países em âmbitos como o combate ao terrorismo e ao narcotráfico, e a energia e o meio ambiente.
O presidente Barack Obama afirmou que seu país e a Rússia devem dar o exemplo na luta contra a proliferação nuclear por essa razão estariam fazendo um novo acordo para reduzir esses aparatos. Além disso, ele propôs a realização de uma cúpula sobre segurança atômica em 2010 nos Estados Unidos. Obama também sugeriu que uma segunda cúpula poderia ser organizada na Rússia um ano depois.
Sistema antimísseis
Medvedev sugeriu a Obama a criação de um escudo antimísseis capaz de proteger todos os países do mundo. A proposta foi uma resposta à declaração de Obama sobre a disposição dos Estados Unidos de colaborar com a Rússia na instalação de um escudo antimísseis contra possíveis ataques de outros países.
“O número de ameaças, inclusive as relacionadas a mísseis balísticos e de médio alcance, infelizmente não diminui. Cresce e todos devemos pensar na configuração que poderia ter um sistema antimíssil global”, declarou Medvedev.
Neste sentido, destacou o acordo entre as partes de examinarem juntas os armamentos ofensivos e defensivos de que dispõem. “Chegamos a um acordo sobre o nível máximo tanto para (mísseis) portadores como ogivas. Também combinamos que os armamentos ofensivos e defensivos de ambas as partes serão examinados em conjunto”, disse o presidente russo.
Numa referência ao governo Bush, Medvedev declarou que “até agora (os Estados Unidos) só diziam que as decisões já tinham sido tomadas”. “Agora, nossos parceiros americanos tiraram uma pausa” para reavaliar o projeto do escudo antimísseis, herdado da administração anterior.
O plano americano de instalar um escudo antimísseis na Europa, disse Medvedev, “é um tema bastante complicado para as conversas” de agora. No entanto, as partes deram um “passo adiante” nesta segunda-feira, ao constatarem a “relação recíproca entre armamentos ofensivos e defensivos”. “Até pouco tempo atrás, as divergências nestas questões eram totais”, ressaltou o chefe de Estado russo, para quem o novo enfoque permite “avanços na aproximação de ambas as posições”.
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