O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, inaugurou sua visita oficial à Argentina nesta quarta-feira (23/03) com uma reunião com o presidente argentino, Mauricio Macri, e outros representantes do governo na Casa Rosada. O encontro foi seguido por uma conferência de imprensa conjunta com os dois presidentes, em que Obama e Macri saudaram o que consideram “uma nova etapa” nas relações entre os EUA e a Argentina.
Obama, que chegou a Buenos Aires na noite desta terça-feira (22/03) após passar dois dias em Havana, afirmou que “os Estados Unidos estão prontos para trabalhar com a Argentina em sua transição histórica”, em referência à ascensão de Mauricio Macri ao poder nas eleições realizadas em novembro de 2015, pondo fim a 12 anos de governos kirchneristas no país.
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Agência Efe
O presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente da Argentina, Mauricio Macri, durante coletiva na Casa Rosada
O presidente argentino abriu a conferência agradecendo a visita do presidente dos EUA a Buenos Aires e não poupou elogios a Obama. “Sua liderança tem sido inspiradora para a maioria dos dirigentes” mundiais, declarou. Macri também afirmou que em sua conversa privada com Obama os dois concordaram na “importância de aumentar o comércio” entre os dois países, fomentar os investimentos e “trabalhar em conjunto” na luta contra o narcotráfico.
Obama confirmou que os EUA irão retirar o sigilo de documentos relativos à ditadura militar argentina, informação divulgada na última semana pela Casa Branca. “Espero que possamos reconstruir a confiança que se havia perdido entre nossos países”, disse Obama. Por sua parte, Macri agradeceu a decisão do governo norte-americano. “Estamos muito agradecidos pelo gesto”, declarou.
Obama elogiou o acordo que prevê o pagamento de U$S 4,65 bilhões aos fundos abutres pelo governo argentino. “A postura construtiva de Macri abriu a possibilidade de que haja uma solução para estabilizar a situação financeira” da Argentina, disse o presidente dos EUA, que elogiou também “os esforços” do país em combater o narcotráfico e o crime organizado e ofereceu a ajuda dos EUA para “apoiar os projetos de paz” na Argentina.
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Neste sentido, Macri afirmou que se iniciou uma “abertura de agendas” a respeito de um acordo de comércio bilateral entre os dois países, mas declarou que primeiro se deve “fortalecer o Mercosul e depois pensar em um acordo mais amplo”.
Representantes dos governos argentino e norte-americano assinaram acordos bilaterais em temas como comércio, segurança e cooperação para prevenir “crimes graves”. “Estes acordos mostram um novo caminho de trabalho conjunto e implicam uma mudança importante em nossa relação”, afirmou a chanceler argentina, Susana Malcorra.
A visita oficial de Obama à Argentina é a primeira de um chefe de Estado dos EUA ao país desde em 2005, quando George W. Bush (2001-2007) participou da IV Cúpula das Américas, em Mar del Plata, de onde partiu sem consolidar a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que seus antecessores tinham promovido na região durante a década de 1990.
O governo Macri busca reforçar as relações com os EUA, estremecidas durante os 12 anos de governo Kirchner devido às diferenças entre os rumos pretendidos por Néstor e Cristina ao país e as ambições dos governos dos EUA na região.