Os aviões com donativos, remédios e alimentos começaram a chegar ao Haiti ontem (14), dois dias depois do tremor, mas parte dos voos foi interrompida por falta de pistas disponíveis e combustível para reabastecer as aeronaves. A situação foi noarmalizada na madrugada de hoje.
A FAA norte-americana (sigla em inglês para Agência Federal de Aviação) autorizou a retomada dos voos civis “individualmente e dependendo de sua prioridade”. No entanto, a ordem chegou quando já era noite em Porto Príncipe e não se sabia em que nível o aeroporto pode operar nessas condições.
Acrescentou que a suspensão tinha sido ordenada a pedido das autoridades haitianas. A medida, no entanto, não afetou os voos militares.
Apesar disso, o escritório para a coordenação de assuntos humanitários da ONU afirmou que a falta de
combustível para aviões e de equipes para realizar a descarga continuam um grande problema no aeroporto de Porto Príncipe. Os aviões que chegam devem ser capazes de retornar com suas próprias reservas.
Como solidariedade, o governo de Cuba abriu uma exceção e liberou seu espaço aéreo para que voos com ajuda humanitária partindo dos EUA cheguem mais cedo ao Haiti, segundo o jornal norte-americano The Washington Post. Se tivessem de evitar o espaço aéreo cubano, os aviões teriam de contornar a ilha, chegando apenas pelo lado leste do Mar do Caribe – uma rota 90 minutos mais demorada.
Os dois países não mantêm relações diplomáticas desde 1961, quando o presidente John Kennedy rompeu com Havana em represália à tomada do poder pelos revolucionários comandados por Fidel Castro, em 1959.
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Avaliação parcial
Na manhã desta sexta-feira, a ONU realizou um primeiro reconhecimento aéreo nas áreas atingidas pelo terremoto e revelou que há zonas “com 50% de destruição” ou graves danos. Além de Porto Príncipe, os distritos de Jacmel e Carrefour foram muito atingidos. Um total de 3,5 milhões pessoas vivia nas áreas devastadas pelo tremor.
Segundo a ONU, o acesso aos desabrigados continua limitado, devido aos obstáculos nas vias e ao trânsito congestionado.Quanto aos serviços básicos, não há abastecimento de água nem de
energia elétrica, e a maior parte das comunicações continua bloqueada.
Embora já circulassem as notícias do saque ao armazém, de
desordens e de pilhagem, a organização insistiu que “a situação de
segurança continua estável”.
A ONU alertou que a avaliação completa dos danos ainda levará dias para ser concluída. A prioridade continua sendo a assistência para busca e resgate de vítimas, o que
deverá incluir a chegada ao Haiti de equipamento pesado e material
médico. Seis equipes para essa missão já estão na ilha, às quais se juntam hoje mais 21 equipes.
Saque
Um armazém da ONU que estocava alimentos doados para ajudar as vítimas
do terremoto foi saqueado em Porto Príncipe, revelou hoje o PMA (Programa Mundial de Alimentos), órgão das Nações Unidas, citada
pela agência de notícias espanhola Efe.
O
armazém atingido é o maior do PMA na capital haitiana, disse Emilia
Casella, assessora do programa. “Em uma situação de emergência e tão
desesperadora quanto esta, os saques não são incomuns”, disse ela.
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