O governo da Venezuela respondeu nesta segunda-feira (30/12) às sanções impostas pelos EUA contra a estatal chinesa de tecnologia CEIEC por, supostamente, ajudar Caracas a bloquear o acesso à Internet.
Segundo Caracas, o objetivo do governo estadunidense é, mais uma vez, desestabilizar a Venezuela.
“O governo da República Bolivariana da Venezuela, mais uma vez, denuncia diante da comunidade internacional as ações ilegais do governo dos Estados Unidos da América em sua obsessão incessante por desestabilizar a sociedade venezuelana”, disse o Ministério da Relações Exteriores.
A chancelaria ressaltou que a ação norte-americana foi tomada “justamente” às vésperas das eleições venezuelanas, que serão realizadas neste domingo (06/12). Além disso, disse que as sanções contra a empresa chinesa eram “medidas arbitrárias e coercitivas “, que “afetavam projetos para o bem-estar dos venezuelanos”.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos acusou a estatal CEIEC de ajudar o governo venezuelano a supostamente restringir o acesso da população à Internet e a vigiar seus cidadãos. O órgão disse que iria bloquear todas as transações com a empresa chinesa, assim como os ativos de companhias que têm mais de 50% de seu controle nas mãos da estatal.
“Os Estados Unidos não hesitarão em atacar qualquer pessoa que ajude a suprimir a vontade democrática do povo venezuelano e de outros ao redor do mundo”, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, por meio de um comunicado, segundo a agência AFP.
A estatal apoia os esforços digitais do governo da Venezuela desde 2017, segundo o Departamento de Tesouro. Os EUA acusam Pequim de exportar tecnologia que seria usada para impedir a disseminação de críticas políticas em território chinês, batizada de “grande firewall da China”.