O ex-ministro das Relações Exteriores de Israel Avigdor Lieberman, importante aliado político do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foi declarado inocente nesta quarta-feira (06/11) pelo Tribunal de Magistrados de Jerusalém em um caso de corrupção.
Dirigente do partido Yisrael Beiteinu, que ganhou as últimas eleições junto ao Likud de Netanyahu, Lieberman estava sendo acusado de fraude e abuso de poder, fato que obrigou o político a renunciar seu cargo de chefe da diplomacia israelense em dezembro de 2012.
Ao deixar o tribunal, Lieberman agradeceu o apoio recebido e assinalou que tais acusações ficaram para trás.
“Quero agradecer ao tribunal, à minha família e aos amigos que acreditaram na justiça e me apoiaram”, declarou o ex-ministro, que, por outro lado, evitou a falar sobre seus próximos passos, embora tenha ressaltado que seu próximo trabalho é lidar “com os desafios que precisam ser enfrentados”.
O veredicto anunciado hoje abre caminho para que Lieberman possa retornar ao cargo de ministro das Relações Exteriores, que, até uma definição sobre este caso, era ostentado de forma provisória por Netanyahu.
Oriundo da antiga União Soviética, Lieberman dirige um partido voltado aos interesses dos cidadãos israelenses procedentes das repúblicas soviéticas e que, tradicionalmente, se opõe às concessões aos palestinos.
O ex-ministro tinha sido acusado de designar de forma fraudulenta a Ze'ev Ben Arieh como embaixador israelense na Letônia, um favor que supostamente compensava o vazamento de informações reservadas.
NULL
NULL
A justiça sustentava que Ben Arieh, sendo embaixador em Minsk anos antes, alertou Lieberman sobre a existência de um requerimento de informação policial israelense às autoridades de Belarus em uma investigação ao político por lavagem de dinheiro, a qual foi encerrada por falta de provas.
Na ocasião, segundo a acusação, Lieberman teria convocado seu vice-ministro e presidente da comissão de nomeações no serviço exterior, Dani Ayalon, para lhe dar precisas instruções antes da reunião na qual sua controversa nomeação foi anunciada.
Hoje, os três juízes opinaram em seu veredicto que o testemunho de Ayalon, o único do caso, não se mostrou capaz de incriminar Lieberman, que, por sua parte, sempre defendeu sua inocência.
Durante o processo judicial, Lieberman, que reside em um assentamento judaico, foi proibido de ostentar qualquer pasta ministerial, mas seguiu suas atividades parlamentares como deputado.