O tribunal de Hanau, na Alemanha, anunciou nesta quinta-feira (07/04) a morte, aos 93 anos, de Ernst Tremmel, ex-guarda de Auschwitz cujo julgamento pelos crimes que cometeu durante o Holocausto teria início na próxima quarta-feira (13/04). Segundo as autoridades, ele morreu de causas naturais há dois dias.
Tremmel trabalhou no campo de extermínio entre novembro de 1942 e junho de 1943 e foi acusado de ter sido cúmplice no homicídio de pelo menos 1.075 pessoas. Ele também teria participado da deportação de prisioneiros em campos de trânsito, última parada daqueles que seriam levados para campos de concentração ou de extermínio.
Tsalproject/FlickrCC
Entrada do campo de Auschwitz onde se lê “O trabalho liberta” (em tradução livre)
Na época em que era da SS (força paramilitar nazista), o ex-guarda tinha 19 ou 20 anos de idade, então seria julgado de acordo com o direito penal juvenil, apesar da idade avançada. Além disso, por causa de sua saúde, as audiências durariam apenas quatro horas cada uma.
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O julgamento de Tremmel faria parte de uma série de outros processos penais que estão ocorrendo na Alemanha contra ex-nazistas que tiveram um papel, ainda que indireto, em assassinatos durante a Segunda Guerra Mundial. Em julho de 2015, Oskar Groening, o “contador de Auschwitz”, de 94 anos, foi sentenciado a quatro anos de prisão pelo homicídio de 300 mil pessoas no campo de extermínio.
Atualmente, Reinhold Hanning, de 94 anos, também ex-guarda do local, está sendo julgado pela morte de 170 mil pessoas; assim como Hubert Zafke, que tem 95 anos e trabalhou como paramédico no campo.
Também está programado o julgamento de uma operadora de rádio de Auschwitz, Helma M., de 92 anos. Ela é acusada de ter sido cúmplice no assassinato de 260 mil pessoas. Ainda não foi estabelecida uma data para o início das audiências.