O primeiro-ministro demissionário do Líbano, Saad al-Hariri, aceitou o convite do presidente francês, Emmanuel Macron, e deve viajar em breve ao país europeu.
O político está na Arábia Saudita desde sua repentina renúncia, em 4 de novembro. A confirmação foi dada nesta quinta-feira (16/11) pelo chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, mas sem citar a data específica em que Hariri chegaria a Paris. De acordo com o Palácio do Eliseu, o convite de Macron foi um “ato de amizade”.
A França se nega a falar em “asilo político” a Hariri, apesar de especialistas acreditarem que o status possa ser concedido no futuro.
A demissão de Hariri abriu uma nova crise no Oriente Médio envolvendo as duas maiores potências muçulmanas da região, a sunita Arábia Saudita e a xiita Irã. O premiê chefiava um gabinete de união nacional que incluía o Hezbollah, apoiado pelo Irã.
As autoridades do Líbano e o Hezbollah acusam a Arábia Saudita de forçar Hariri a renunciar para desestabilizar o país, mantendo-o como refém em Riad. “Após falar com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e com o premier libanês, Saad Hariri, Macron convidou Hariri e sua família para a França”, disse o Palácio do Eliseu.
Hariri tem nacionalidade saudita, mas é da vertente xiita do Islã. Ele renunciou abruptamente ao cargo de premiê através de um comunicado transmitido por uma emissora da Arábia Saudita em 4 de novembro. Desde então, não voltou ao país.
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Said al-Hariri aceitou convite de Macron para ir à França
Apesar do próprio Hariri negar que tenha sido sequestrado ou esteja mantido refém, o governo do Líbano acredita que a Arábia Saudita esteja impedindo-o de voltar ao país. Hariri argumenta que renunciou ao cargo devido à crescente influência do Irã e do Hezbollah, além de receber ameaças de morte.
Guerra
Na semana passada, o Hezbollah afirmou considerar que a Arábia Saudita havia declarado guerra contra a organização e contra o Líbano ao promover uma “intervenção sem precedentes” na política do país.
Em pronunciamento na TV, o líder do grupo, Sayyed Hassan Nasrallah, disse que a renúncia do primeiro-ministro libanês foi feita por pressão saudita. Al-Hariri estava em Riad quando anunciou que deixaria o cargo na semana passada. Para o Hezbollah, o premiê está “detido” na Arábia Saudita e seu governo ainda é legítimo.
“Vamos dizer as coisas como elas são: o homem está detido na Arábia Saudita e proibido, até o momento, de retornar ao Líbano. Está claro que a Arábia Saudita e os oficiais sauditas declararam guerra ao Líbano e ao Hezbollah no Líbano”, afirmou.
(*) Com Ansa