O ex-vice-presidente da Argentina Amado Boudou foi preso nesta sexta-feira (03/11) em casa, em Buenos Aires, sob suspeita de enriquecimento ilícito. O sócio de Boudou, José María Nuñez Carmona, também foi detido.
Boudou foi ministro e vice-presidente durante a gestão de Cristina Kirchner. A ordem de prisão partiu do juiz Ariel Lijo, que investiga o político por enriquecimento, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Para o magistrado, havia o risco de o ex-ministro tentar impedir as investigações.
O advogado de Boudou, Eduardo Durañona, disse ao canal de TV C5N estar “surpreso” com a detenção. “Me surpreende [que tenha acontecido] em um processo que corre há tantos anos. Pediu autorizações para sair do país e a Câmara as concedeu, porque não havia possibilidade de obstaculizar a causa ou de fugir da Justiça”, afirmou.
“Estão levando manobras a cabo. Está se falando de associação ilícita quando em nenhuma das causas em que [Boudou] é investigado se imputou sob nenhum conceito este delito”, prosseguiu Durañona. “Estamos ante a uma situação muito prejudicial para todas as pessoas que estamos defendendo.”
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Alejandro Pagni/Prensa Senado (2013)
Ex-vice-presidente Amado Boudou foi preso nesta sexta-feira em Buenos Aires
Juiz
Lijo também é o responsável pelo processo que ficou conhecido como Caso Ciccone, esquema de corrupção em que uma empresa de impressão de papel-moeda teria sido comprada ilegalmente, em 2010, sob ordens do então ministro da Economia. Boudou nega irregularidades.
Em 2015, o então vice foi impedido de deixar o país. Já em 2014, pela primeira vez desde a restauração da democracia na Argentina, em 1983, um vice-presidente em exercício foi intimado a prestar depoimento como acusado perante a Justiça.
À época, a oposição pediu a renúncia de Boudou e o governo de Cristina Kirchner falou em “perseguição sistemática e linchamento midiático”.