Onze militares equatorianos, entre eles um oficial e um suboficial, foram capturados por tropas do Exército colombiano no departamento do Putumayo (sul), informou hoje (9) a Chancelaria colombiana, que não deu maiores detalhes sobre a situação.
O governo equatoriano afirmou que os militares já foram entregues a representantes das Forças Armadas do país.
Nota oficial publicada no site do Ministério das Relações Exteriores colombiano afirma que os capturados “foram tratados com todo o respeito e a dignidade que corresponde à honra militar”. O documento não diz quais foram as explicações que os militares equatorianos deram para entrar em território colombiano.
“Tudo está tranquilo e não houve nenhum problema porque foi uma questão
fora de ação militar”, explicou o ministro da Defesa equatoriano,
Javier Ponce, ao esclarecer que os militares detidos por soldados
colombianos cruzaram a fronteira com o objetivo de obter bens de
primeira necessidade, como alimentos.
Já o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas equatorianas, Fabián
Varela, confirmou que a devolução dos militares detidos ocorreu graças
aos contatos com as autoridades de defesa da Colômbia.
Segundo a Telesur, o ministro de Segurança do Equador, Miguel Carvajal, expressou neste domingo que a ação colombiana “não deve ser ampliada nem se engrandecer”, até que os fatos ocorridos se tornem claros. Carvajal adicionou que a prisão “não deve manchar a situação da fronteira” já que se trata de um incidente involuntário que ocorre frequentemente na linha que divide estas nações.
Resposta equatoriana
Carvajal explicou que “parece que um conjunto de soldados e conscritos equatorianos, não sabemos muito bem as razões, passaram para o lado colombiano da fronteira e foram capturados pelas forças militares da Colômbia, mas não houve nenhum incidente maior”.
Ante este incidente, Carvajal detalhou que “queremos ter a informação precisa sobre as circunstâncias nas quais se produziu o incidente e por que estes militares passaram para o lado colombiano. E se isto for assim, expressar nossas desculpas por esta situação”.
Quito rompeu relações com Bogotá após o bombardeio colombiano, em março de 2008, contra um acampamento que a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) tinha instalado na localidade de Angostura, em território equatoriano.
No ataque, morreu o número dois das Farc, conhecido como “Raúl Reyes”, assim como outras 25 pessoas, entre elas um cidadão equatoriano. Além disso, nessa operação, as autoridades colombianas recuperaram computadores portáteis e memórias USB que deram valiosa informação sobre as atividades desenvolvidas pelas Farc em outros países, principalmente no que se conhece como a “diplomacia internacional” dos rebeldes.
Rechaço às bases norte-americanas
A notícia da prisão foi anunciada quase de maneira simultânea com uma advertência do ministro de Assuntos Exteriores do Equador, Fander Falconí, que advertiu que o uso de bases militares colombianas por parte dos Estados Unidos é um fator de desestabilização que poderia gerar uma corria armamentista na região.
“Lamentavelmente temos marcadas diferenças com a Colômbia. Enquanto nós tratamos de construir uma zona de paz e integração, ali se está gerando um convênio que implica um fator constante de preocupação, de alarme de desestabilização regional”, afirmou Falconi, segundo a agência AFP.
Nesse domingo os ministros de Exterior dos países membros da Unasul preparam em Quito umas declaração que será assinada pelos presidentes de seus respectivos países, abordando a crise mundial, a situação em Honduras e colocando uma posição comum frente ao pacto militar entre Colômbia e Estados Unidos.
Semana passada, Uribe conclui um giro por sete países da América do Sul para explicar o acordo militar. À tensão política se soma um feito relacionado ao comércio: no sábado, a CAN (Secretaria Geral da Comunidade Andina) assinalou que o Equador pode tomar medidas comerciais corretivas contra a Colômbia, ao assegurar que a desvalorização do peso colombiano alterou as condições de concorrência no mercado equatoriano.
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