Uma explosão em um mercado nos arredores de Islamabad, capital do Paquistão, deixou nesta quarta-feira (09/04) pelo menos 21 mortos e mais de 70 feridos. O objetivo e os autores do ataque permanecem desconhecidos.
A bomba foi detonada por volta das 8h30 locais (0h30 da madrugada em Brasília) no centro atacadista Sabzi Mandi, onde estabelecimentos comerciais da capital paquistanesa se abastecem de frutas e verduras. O local estava cheio de gente. Segundo o policial Sultan Mehmood disse à agência Efe, o mercado recebe entre 2,5 mil e 3 mil pessoas todas as manhãs. O estabelecimento tem grandes dimensões e fica localizado em uma área próxima à central de ônibus da região.
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Agência Efe
Centro atacadista nos arredores de Islamabad recebe entre 2,5 e 3 mil pessoas todas as manhãs
O chefe da polícia de Islamabad, Khalid Khattak, disse que a ação não foi levada a cabo por um terrorista suicida, já que a bomba — de aproximadamente 5 kg —, segundo detalhou, estava alojada em uma caixa de frutas que estava sendo descarregada de um caminhão quando explodiu.
Outro ataque
Uma outra ação ocorreu também hoje na cidade de Tank, oeste do Paquistão. Dois homens abriram fogo em um hotel causando a morte de sete pessoas. A identidade dos agressores e suas motivas são desconhecidas. Também não há informações sobre ligações entre a ação armada e a explosão no mercado de Islamabad.
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Histórico de ataques
Este é o segundo incidente terrorista em pouco mais de um mês na capital paquistanesa, depois do ataque suicida contra um tribunal no dia 3 de março em que morreram 11 pessoas, entre elas um magistrado.
Aquele atentado foi reivindicado por um pequeno grupo insurgente denominado Ahrarul Hind, que disse ser contrário ao atual processo de diálogo entre o governo e o principal grupo talibã do país, TTP (Tehreek-e-Taliban Pakistan).
Agência Efe
Familiares choram ao chegar no local onde a bomba explodiu, deixando mais de 70 feridos nos arredores de Islamabad
Este grupo negou sua participação nos incidentes violentos ocorridos desde o início do cessar-fogo que foi decretado no princípio de março e que na semana passada foi prorrogado até 10 de abril, quando a cúpula talibã decidirá que rumo vai seguir.
Citado pela imprensa local, o porta-voz talibã, Shahidulah Shahid, desvinculou seu grupo do ataque de hoje e afirmou que outras facções estão usando o nome do TTP para encobrir ataques como este.
O Paquistão viveu um notável aumento das ações terroristas no último ano. Segundo o recente relatório de um centro de estudos local, aconteceram no ano passado no país asiático mais de 1,7 mil atentados — 61% deles cometidos pelo TTP e seus aliados —, nos quais cerca de 2,5 mil pessoas morreram, um número 19% maior que em 2012.
(*) Com informações da Agência Efe