Os parentes dos irmãos Santiago e Andrés Restrepo Arismendi – que desapareceram há 23 anos após terem sido presos pela polícia equatoriana – apontaram alguns oficiais que ainda estão em atividade como peças-chave para descobrir os destinos de seus restos mortais.
O pai e a irmã das vítimas, Pedro e María Fernanda, respectivamente, afirmaram que os depoimentos dos altos comandantes Edmundo Mera, Miguel Chiriboga e Wilson Alulema são fundamentais para a obter mais informações sobre a localização dos corpos.
Leia mais:
Equador anuncia que juiz espanhol acompanhará reforma do judiciário
Capacetes rosas: ativistas 'neomasculinos' lutam contra o machismo no Equador
Polícia do Equador desculpa-se por rebelião protagonizada há um ano
Maíra Fernanda disse, em entrevista ao canal equatoriano Gama TV, que “foram dois sujeitos que levaram o sapato do meu irmão intacto sete meses depois [do desaparecimento] à nossa casa, dizendo que o haviam resgatado”, referindo-se a Mera e Chiriboga.
Pedro, por sua vez, indica que Alulema, que atualmente exerce o cargo de chefe de Estado Maior da Polícia, “nesta época era encarregado pelo arquivo” relacionado ao SIC (Serviço de Investigação Criminal) – organismo extinto onde se acredita que tenham sido mortos os irmãos.
Na última sexta-feira, estreou no Equador o documentário “Meu coração está em Yambo” (tradução livre do espanhol) dirigido por María Fernanda a respeito do desaparecimento de seus irmãos. A obra afirma que eles foram torturados pela polícia antes de terem sido assassinados.
O filme reviveu o interesse sobre os desaparecimentos e motivou o governo do Equador a criar uma comissão de investigação sobre o caso. O presidente Rafael Correa afirmou na ocasião que o processo será encerrado somente quando forem encontrados os corpos. Ele ainda anunciou que o governo recompensará aqueles que derem informações corretas sobre o caso.
Os irmãos Santiago, de 17 anos e Andrés, de 14, desapareceram em 8 de janeiro de 1988, durante a gestão de León Febres Cordero. A busca de seus familiares é considerada um marco na história dos direitos humanos do Equador.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL