Agência Efe
Ministro da Defesa e o presidente Juan Manuel Santos participam de anúncio sobre a prisão do traficante Loco Barrera
Diferentemente do que foi anunciado pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a guerrilha ainda obtém recursos a partir de sequestros e tráfico de drogas, segundo o governo colombiano.
O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, afirmou nesta quinta-feira (20/09) que há muitas provas que indicam a manutenção dessa prática não só pelas FARC, mas também pelo ELN (Exército de Libertação Nacional).
“Guerrilheiros desmobilizados e computadores apreendidos demonstram a aliança do negócio com as drogas ilícitas em todos os níveis”, explicou Pinzón.
De acordo com o ministro, a prisão do chefe do narcotráfico Daniel Barrera, conhecido como “Loco Barrera”, foi mais uma evidência das ações guerrilheiras.
Nos dias seguintes ao anúncio do acordo inicial pela paz entre a guerrilha e o governo do presidente Juan Manuel Santos, os líderes das FARC garantiram que sequestros não faziam mais parte da política do grupo.
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A declaração do ministro contestando esse fato, porém, não deve ser obstáculo para a continuidade das negociações entre as duas partes, já que o governo também continua com suas operações militares.
ELN
A Comissão de Paz do Congresso colombiano pediu nesta quinta-feira que Santos também busque a adesão imediata do ELN nas negociações, que terão a sua próxima fase em outubro, em Oslo (Noruega).
“O ELN deve ser incorporado nos diálogos, porque seria inútil pensar no fim do conflito se não tivermos essa organização armada no processo de paz”, afirmou Joaquín Camelo Ramos, um dos membros da comissão.
O presidente colombiano já sinalizou sua intenção em agregar o ELN nas negociações, mas, até o momento, não houve progresso.
“O governo decidirá se as conversas serão juntas ou separadas das FARC, mas nós acreditamos na vontade das partes para que este processo vá adiante”, declarou Ramos.
Nesta quinta-feira, militares que estão presos por crimes cometidos quando estavam em serviço fizeram um apelo para participarem das negociações de paz. Atualmente, há cerca de 1.900 representantes do Exército nessa situação.
“Não se trata de gerar impunidade, mas de fazer justiça, pois muitos deles cumprem penas injustiças de quando estavam realizando seus deveres”, afirmou o senador Manuel Virguez.