Atualizada às 18h32
Milhares de manifestantes foram às ruas neste sábado (02/10) para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro em mais de 250 cidades no Brasil e no mundo. Os atos pediram o impeachment do presidente e rechaçaram as privatizações, a política econômica do governo, o elevado nível de desemprego e a fome.
No Rio de Janeiro, os atos começaram pela manhã e reuniram milhares de pessoas. Os protestos pelo impeachment do presidente tiveram início na Candelária e seguiram em caminhada até a Cinelândia, na região central da capital fluminense.
Estiveram presentes centrais sindicais, movimentos sociais, uniões estudantis e partidos políticos. Ao Brasil de Fato, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), que estava presente no protesto, defendeu o impedimento de Bolsonaro e afirmou que a oposição não pode esperar as eleições de 2022 para derrotar o mandatário.
“Falta um ano para a eleição, mas não queremos esperá-la para derrotar Bolsonaro. O Brasil voltou a ter fome. O Brasil é muito maior que Bolsonaro. É hora de defender a democracia”, disse Freixo.
O diretor do Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias, Luciano Santos, também esteve presente na manifestação do Rio e falou sobre a necessidade de protestar contra a gestão Bolsonaro, que seguiu com a política de preços de combustíveis adotada no governo de Michel Temer, que vincula as tarifa internas ao mercado internacional.
Lideranças de diversos partidos e movimentos também se juntaram ao ato no Rio de Janeiro. Ciro Gomes (PDT), Thiago Santana, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) carioca, a deputada federal Jandira Feghalli (PCdoB), a deputada federal Talíria Petrone (Psol), e vereador e ex-senador Lindbergh Farias (PT) são algumas das lideranças políticas que participaram dos protestos no Rio.
As ruas do centro do Rio recebem o ato #ForaBolsonaro neste sábado.#2OutForaBolsonaro
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Foto: Vitor Vogel pic.twitter.com/ysNqh8HUiw
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Norte e Nordeste
Capitais e cidades do interior do Nordeste também começaram as manifestações pelo impeachment de Bolsonaro na manhã deste sábado. Teresina, João Pessoa, Recife e Maceió foram algumas das primeiras regiões que organizaram os protestos.
Na capital de Pernambuco, a concentração começou na Praça do Derby e contou com milhares de manifestantes. “Em Recife já estamos nas ruas dando o recado sobre o Brasil que queremos”, disse a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, pelo Twitter.
No Recife o ato foi imenso!
? Bieco Garcia #2OutubroForaBolsonaro #2OutForaBolsonaro #ForaBolsonaro pic.twitter.com/BzllTtnQA9
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Ainda em Recife, uma manifestante foi atropelada por um motorista que passou pelo protesto. Segundo relatos de presentes, o atropelamento foi proposital e o motorista deixou o local sem prestar socorro.
Duas outras concentrações em cidades nordestinas fizeram homenagens ao educador Paulo Freire. No Lyceu Paraibano, em João Pessoa, manifestantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) gritaram o nome de Freire no caminhão de som.
Já em Maceió, a concentração teve um bloco em homenagem ao centenário do educador. A coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Eliane Silva celebrou os atos de hoje e disse que é a hora “do Brasil se mobilizar contra Bolsonaro. Estamos unificados nessa luta para resistir contra esse governo genocida”.
Bloco Paulo Freire, em Maceió (AL).#2OutForaBolsonaro
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Milhares de pessoas pessoas marcharam pelas ruas de Salvador, na Bahia, na manhã deste sábado para protestar contra o governo Bolsonaro. Os manifestantes se reuniram na Praça do Campo Grande e marcharam em direção à Praça Castro Alves.
Levando cartazes e entoando palavras de ordem, os manifestantes exigiram a defesa dos empregos, da saúde pública, da educação, melhorias no serviço público e mais vacinas contra a covid-19.
A manifestação em Fortaleza também reuniu centenas de pessoas. O protesto teve início por volta das 9h, na Praça da Bandeira, no centro da capital cearense. Pedindo o impeachment de presidente Jair Bolsonaro, os manifestantes ocuparam uma das faixas da Rua General Sampaio, com cartazes e bandeiras.
Fortaleza tremeu com a onda pelo #ForaBolsonaro no #02OutForaBolsonaro
?: Jonathan | UJS BRASIL pic.twitter.com/kQoLFctYrL
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Já em São Luís, capital do Maranhão, manifestantes se reuniram na Praça Deodoro, na área central da cidade. Além do impeachment de Bolsonaro, eles pediram vacinas contra a covid-19 e o fim do desmatamento nas florestas do Brasil.
A concentração teve início às 8h50, com discurso da frente evangélica contra o Bolsonaro e terminou por volta das 12h na Praça Maria Aragão, no centro da capital, onde os manifestantes plantaram uma muda de palmeira como forma de simbolizar o ato.
Em Belém, capital paraense, movimentos sindicais, sociais, estudantis e partidos políticos organizaram o ato. Outras 11 cidades do Pará também registraram mobilizações pelo “Fora Bolsonaro”, como Ananindeua e Bragança.
Na capital do Estado, os manifestantes começaram a concentração no bairro de São Brás por volta das 8h30. Logo depois, seguiram em caminhada para a praça da República, no centro da cidade. Cerca de 7 mil pessoas compareceram ao ato, segundo as forças de segurança pública.
Manifestantes levaram uma faixa com 60 metros de extensão com os dizeres “Pela Amazônia, Educação Pública e SUS: Não à Reforma Administrativa”, confeccionada pelos sindicatos de professores, e foi estendida durante ao longo da Avenida José Malcher, que ficou tomada pela mobilização.
Paulo Pinto/Fotos Públicas
Protestos pedem impeachment do presidente e rechaçam privatizações
Tocantins e Goiás
Atos contra o presidente Bolsonaro também foram registrados em Palmas, Tocantins, na manhã deste sábado. A concentração dos manifestantes começou por volta das 8h30 na Praça dos Girassóis, na região central da capital do Estado, com um grupo que saiu em caminhada pela Avenida JK e retornou para a praça, onde o ato foi finalizado por volta das 11h30.
A organização foi feita centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos. Cerca de 5 mil pessoas estiveram presentes, segundo os organizadores. Ao jornal Estado de S. Paulo, o indígena Rogério Xerente, presidente estadual do Psol defendeu a união popular nas ruas. “Somos contra ao desmonte do Brasil e contra as pautas anti-indígenas no Congresso Nacional e estamos na rua porque queremos Bolsonaro fora do governo”, disse.
Milhares de manifestantes também foram às ruas de Goiânia, em Goiás. Na Praça do Trabalhador, eles se concentraram por volta das 9h para protestarem. O ato também foi organizado por partidos e movimentos sociais. Além de Goiânia, protestos foram registrados em outros 15 municípios: Alexânia, Goiás, Catalão, Cocalzinho, Itumbiara, Formosa, Jataí, Luziânia, Minaçu, Nova Veneza, Pirenópolis, São Francisco, Santa Rosa e Terezopolis.
Em Brasília, os manifestantes se reuniram no começo da tarde em frente ao Museu Nacional antes de marcharem em direção ao Congresso Nacional. A concentração também contou com a presença de alguns parlamentares de partidos como PT, Psol e Rede.
São Paulo
Os manifestantes em São Paulo começaram a se concentrar na avenida Paulista por volta das 13h e o ato se estendeu até o início da noite.
Logo no começo da concentração, os manifestantes inflaram dois balões, um com formato de botijão de gás e outro ilustrando um saco de arroz, criticando os valores cobrados durante a atual gestão federal. “Tá tudo caro? a culpa é do Bolsonaro!”, diziam as peças.
O ato na capital paulista ainda contou com a presença de três ex-candidatos à Presidência: Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (Psol), além de outras lideranças políticas.
Em discurso durante o protesto, Haddad defendeu uma união momentânea entre as forças políticas presentes e afirmou que as manifestações são em defesa da democracia.
“Nós estamos aqui em nome de uma causa suprapartidária. Se formos nos deixar levar por isso, vamos perder uma causa maior, que é a luta pela justiça e pela democracia. E hoje não temos no Brasil nem justiça nem democracia”, disse o petista.
Boulos também alertou para a defesa do sistema democrático e disse que, apesar das diferenças entre os partidos e movimentos presentes no ato, “a ameaça golpista é maior”.
Rio Grande do Sul
Já no Rio Grande do Sul, diversas cidades estavam mobilizadas pela manhã. Em Gravataí, a concentração começou na avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira e foi sucedida por uma caminhada pelo centro da cidade.
Em Pelotas, o ato foi realizado no Mercado Central. Durante a manifestação, o Cacique Pedro, da etnia Kaigang, fez um discurso contra o genocídio indígena. “Eles querem acabar com nossos filhos. Precisamos tirar esse governo corrupto e respeitar a Mãe-terra. É pelo nossos direitos e pela nossa cultura”, disse.
São Leopoldo também registrou uma manifestação, que teve concentração na Praça do Imigrante.
Santa Catarina
Em Chapecó, manifestantes ocuparam as ruas após concentração na Praça Central. Na cidade de Criciúma, houve uma caminhada até o centro do município. Os manifestantes estenderam faixas criticando o preço dos alimentos, do combustível e do gás de cozinha.
A cidade de Caçador, no meio-oeste do estado, também teve mobilização pelo Fora Bolsonaro. Com bandeiras e faixas, o Largo Caçanjurê recebeu dezenas de pessoas que pediam o impedimento do presidente.
Apesar da chuva pela manhã, manifestantes se reuniram em Joinville. Eles se concentraram na Praça da Bandeira e seguiram em caminhada pelas ruas da cidade.
*Com Brasil de Fato e Rede Brasil Atual