Agência Efe (11/09/12)
Consulado dos Estados Unidos em Benghazi, Líbia, depois dos protestos contra filme anti-Islã
A declaração de um alto oficial líbio pode mudar os rumos da investigação sobre a morte de quatro norte-americanos, incluindo o embaixador J. Cristopher Stevens, no consulado dos Estados Unidos em Benghazi, nesta quarta-feira (12/09). Wanis el Sharif, vice-ministro do Interior líbio, levantou a suspeita de que agentes infiltrados no governo podem estar envolvidos com os ataques.
A partir de suas investigações, Sharif apontou que os homens foram mortos em duas ocasiões muito diferentes: uma manifestação espontânea e um atentado planejado. “A primeira parte foi caótica e desorganizada. A segunda organizada e planejada”, explicou ele.
Agência Efe
O embaixador e um dos diplomatas, Sean Smith, faleceram durante protesto contra filme anti-Islã onde o consulado dos EUA em Benghazi foi incendiado por manifestantes revoltados.
Já os outros funcionários da sede diplomática, ex-membros da tropa de elite dos fuzileiros navais, foram vítimas de um atentado planejado, que aconteceu horas depois. Os norte-americanos estavam sendo levados para um local seguro por militares líbios em um comboio, quando homens armados começaram a atirar nos carros.
[O embaixador dos EUA na Líbia, J. Cristopher Stevens, foi morto na última terça durante protesto em Benghazi]
Sharif acredita que a emboscada pode ter sido preparada com a colaboração de membros da administração líbia. “Aparentemente, infiltrados lhes providenciaram informações”, disse ele, segundo o New York Times.
Os homens faleceram nesta terça-feira (11/09) na ocasião de protestos contra filme anti-Islã no consulado dos Estados Unidos em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia. As condições de sua morte ainda não foram esclarecidas e o vice-ministro líbio forneceu a investigação mais completa até agora.
A interpretação dos fatos de Sharif foi corroborada por uma linha do tempo minuciosa, formulada a partir de suas pesquisas. O alto oficial líbio divulgou este documento para alguns veículos internacionais, como o New York Times e a rede BBC.
No mesmo dia, autoridades líbias afirmaram que quatro pessoas foram presas sob a acusação de serem responsáveis pela morte dos funcionários dos EUA. O governo do país anunciou a formação de uma comissão de investigação independente do caso, que será integrada por um juiz e vários especialistas dos ministérios do Interior e da Justiça.
NULL
NULL
As informações providenciadas por Sharif não foram confirmadas pela Casa Branca até esta sexta (14/09). O presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou na quarta que os EUA vão realizar a sua própria investigação. Por esta razão, 50 fuzileiros navais, dois navios militares e agentes do FBI foram enviados à Líbia.
“Nós não vamos renunciar do nosso compromisso de assegurar que a justiça seja feita para este ato terrível”, afirmou Obama em discurso público. “E não se enganem, a justiça será feita”, acrescentou ele.
Protestos contra os EUA
As manifestações contra a produção cinematográfica A Inocência dos Muçulmanos se intensificaram nesta sexta (14/09), ocorrendo em cidades de 34 países ao redor do mundo. Milhares de pessoas tomaram as ruas e protestaram contra o filme norte-americano que satiriza o profeta Maomé e os fiéis muçulmanos.
Sedes diplomáticas dos EUA foram invadidas ou cercadas por manifestantes ofendidos com o conteúdo do vídeo, onde Maomé aparece fazendo sexo oral em uma mulher, entre outras cenas.