Agência Efe
Soldado francês prepara caça em base no Chade, no último dia 10. A intervenção francesa encontra dificuldades no oeste do Mali
No quarto dia da intervenção francesa “Operação Serval” no Mali, grupos rebeldes e islâmicos lançaram nesta segunda-feira (14/01) uma nova ofensiva e tomaram a pequena cidade de Diabali, a 400 quilômetros a oeste da capital Bamaco, segundo disse o ministro de Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, à rede BMF.
Antes de admitir que as forças malinenses estavam sem poderio militar suficiente e encontraram maior resistência que o esperado, Le Drian havia dito que as lutas mais importantes aconteciam na região oeste do país, onde os rebeldes estavam “extremamente bem armados e organizados”. As incursões aéreas continuam para recuperar o controle de Diabali.
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A intervenção militar francesa começou na última sexta-feira (11/01), quando o presidente francês, François Hollande, fez um acordo com o presidente interino malinense, Dioncounda Traoré, e confirmou a entrada das forças galesas para apoiar o Exército do país contra grupos separatistas armados e de orientação islâmica radical. Tais grupos ocupam parte da região norte do país desde junho e iniciaram na quinta-feira (10/01) um avanço em direção ao sul.
Mesmo com o apoio, o ataque contra as forças opositoras conta já com 100 baixas do lado rebelde, segundo declaração à BFM de Tièman Coulibaly, ministro de Relações Exteriores do Mali. Delas, 60 ocorreram em Gao, de 90 mil habitantes, maior bastião islâmico do norte do país e próximo objetivo militar. Coulibaly afirmou que se o conflito se prolongar, o governo não descarta a possibilidade de pedir ajuda a outros países, como os Estados Unidos.
Além disso, Coulibaly também disse que vai organizar “em breve” uma conferência de doadores para estruturar a ajuda ao país, e voltou a lembrar que o objetivo da intervenção militar “não é só fazer os rebeldes retrocederem, mas capturá-los”.
Agência Efe
Ministros de Relações Exteriores da França e Mali, respectivamente Laurent Fabius e Tièman Coulibaly, em reunião ocorrida em Paris
Também nesta segunda-feira (14), os rebeldes separatistas do MNLA (Movimento Nacional para a Libertação do Azawad), pertencentes à etnia touaregue anunciaram que estão “dispostos a ajudar” o Exército francês na luta contra os rebeldes islâmicos no norte do país, segundo reporta a AFP. A maior parte da região norte do país era deles até junho de 2012, quando a perderam para os fundamentalistas.
Terrorismo
Por outro lado, Abu Dardar, um dos líderes do grupo islâmico Mujao (Movimento para a Unidade e a Jihad na África Ocidental), que controla a cidade de Gao, ameaçou a nação francesa: “A França atacou o Islã. Nós golpearemos o coração da França. Em todas as partes. Em Bamaco, na África e na Europa”, em declaração à AFP.
Omar Ould Hamaha, porta-voz do grupo, disse à radio Europe1 que a França “abriu os portões do inferno para todos os franceses. Ela caiu em uma armadilha muito mais perigosa que Iraque, Afeganistão ou Somália”.
Por causa das ameaças do Mujao, o ministro do Interior francês, Manuel Valls, elevou o índice de ameaça à segurança nacional para vermelho vivo, um nível abaixo do maior nível, violeta. Ao Le Parisien disse que desde os bombardeios em Londres em 2005 já está no grau vermelho, “mas durante um período tão longo, nossa atenção pode falhar, e por isso decidimos aumentar a vigilância em locais e transportes públicos com mais patrulhas de segurança”. O ministérios está prestando atenção particular à proteção de lugares considerados sensíveis: locais militares, locais de culto, legações diplomáticas e lugares de muito trânsito.
* Com informações de EFE, The Guardian e El País