O novo ministro de Economia da França, Pierre Moscovici, fez neste terça-feira (22/05) um apelo para que seja realizado tudo o que for possível para evitar uma saída da Grécia da Zona do Euro. Segundo ele, as consequências para este cenário poderiam ser muito graves para toda a região.
Uma separação de Atenas do grupo que utiliza o euro como moeda comum provocaria “um contágio imprevisível”, disse Moscovici depois de uma visita à Alemanha, onde analisou o tema com seu homólogo Wolfgang Schaeuble.
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De acordo com o titular francês, “deve ser feito tudo que for possível para que, após as próximas eleições, exista um governo grego favorável à permanência na moeda única e que se comprometa a fazer o necessário para ficar na Eurozona”.
Nesta segunda (21), o líder da Coalizão de Esquerda grega Syriza, Alexis Tsipras, declarou que “a provável saída da Grécia do Euro pode dissolver a Eurozona”.
“Imaginemos o grupo como uma corrente de 17 elos. Se um deles arrebenta, arrebenta toda a corrente “, disse o dirigente do grupo, que algumas pesquisas indicam como vencedor nas eleições legislativas do próximo dia 17 de junho.
Tsipras advertiu que, caso ganhe, não aceitará as medidas de austeridade impostas pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional em troca de empréstimos financeiros.
Em coletiva de imprensa em uma sala da Assembleia Nacional francesa, o político grego declarou que as medidas de rigor para seu país, elaboradas em março deste ano, são um experimento neoliberal de choque, que conduziu a uma crise humanitária.
O tema da Grécia se converterá no centro das atenções na cúpula informal da União Europeia prevista para esta semana devido ao temor de que um efeito dominó arraste outros países, sobretudo a Espanha e a Itália. Para o economista belga Philippe Ledent, a saída do país heleno do euro, lhe sairia mais caro à Europa que a Atenas, e a credibilidade do grupo se veria seriamente afetada.
Por sua vez, Eric Dor, diretor de pesquisa da Escola de Administração da Universidade Católica de Lille, afirmou que se Atenas abandonar o euro, o Estado e os bancos franceses perderiam dezenas de bilhões de euros.