A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (03/11), durante o primeiro dia da reunião de cúpula do G-20 – grupo das vinte maiores economias do mundo – a criação de um piso mundial de renda, como forma de combater os efeitos das crises econômicas internacionais. A tese é defendida pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), órgão das Nações Unidas.
“O Brasil tem uma experiência exitosa de enfrentamento da crise com inclusão social e geração de emprego. A inclusão de 40 milhões de pessoas na classe media foi não somente um impositivo moral, mas também uma questão de eficiência econômica”, disse Dilma, em Cannes, sul da França.
Efe
Renda mínima fortalece mercado interno e ajuda a combater crise, diz Dilma
Lembrando a política de fortalecimento do mercado interno adotada pelo Brasil na crise de 2008, a presidente afirmou que apoia a tese da OIT e não considera que a adoção de uma “renda mínima global” seja um ato de filantropia “Tem efeito inequívoco contra a crise”.
Dilma também disse que o Brasil não se opõe à criação de uma taxa financeira mundial para financiar o fundo de renda. “O Brasil não ira se opor a uma taxa financeira mundial, se isso for um consenso entre os países à favor da ampliação dos investimentos sociais”.
FMI e a crise
A presidente brasileira disse também que o Brasil está disposto a contribuir com o FMI (Fundo Monetário Internacional) na busca de uma solução para a crise mundial. Durante almoço que marcou o início da reunião dos líderes do G20, Dilma voltou a cobrar ações mais rápidas dos países desenvolvidos, que, segundo ela, precisam agir com mais liderança, visão clara e rapidez.
Durante o almoço, Dilma pediu mais detalhes do pacote europeu contra a crise e se mostrou preocupada com a possibilidade de que os problemas enfrentados naquela região comecem a “respingar” nos países em desenvolvimento.
Ela também voltou a levantar a bandeira brasileira contra o protecionismo agrícola e defendeu o retorno das negociações multilaterais na OMC (Organização Mundial do Comércio). “É reconhecido por todos o empenho do Brasil na retomada da Rodada Doha. Mas é preciso dizer também que a atual crise econômica provocou problemas cambiais e a ampliação de liquidez que afeta muitos países, como o Brasil. A Conferência da OMC [Organização Mundial do Comércio] em dezembro deve ser oportunidade para retomar nosso compromisso de Doha, assim como discutir a questão cambial e as questões de segurança alimentar, incluindo subsídios agrícolas”, disse Dilma Rousseff.
*Com informações da Agência Brasil
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