O governo da Tailândia reafirmou nesta terça-feira (28/01) que irá manter a data das eleições gerais, convocadas para o próximo domingo (02/02). As autoridades tailandesas decidiram descartar o adiamento pedido pela Comissão Eleitoral do país, feito em função do risco de aumento da violência. Há três meses, protestos tomam as ruas da capital, Bancoc.
Segunda temporada das Aulas Públicas Opera Mundi começa nesta terça-feira
Agência Efe
Manifestantes antigoverno protestam contra o pleito em frente ao local em que foi realizada a reunião entre comissão e premiê
“O governo considera que o adiamento das eleições não resolveria os problemas. Em consequência, as eleições acontecerão em 2 de fevereiro, assim como estava previsto”, disse em entrevista coletiva o vice-primeiro-ministro, Phongthep Thepkanjana.
A primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, tomou a decisão depois de se reunir com os membros da comissão, que há semanas reivindicam que a votação seja adiada devido ao clima de tensão política causado pelos protestos antigoverno.
O comissário encarregado da organização do pleito, Somchai Srisuthiyakorn, disse, antes do encontro com o governo, que as eleições deveriam ser adiadas por três ou quatro meses para que todas as partes reconduzam o conflito político.
[A premiê tailandesa, Yingluck Shinawatra, chega em seu gabinete para a reunião com a Comissão Eleitoral do país]
Antes da reunião, o Tribunal Constitucional da Tailândia havia aberto uma brecha para o adiamento das eleições gerais. A corte, por unanimidade, considerou legítimo o pedido, em função da condição instável do país.
No domingo, manifestantes antigoverno boicotaram a votação antecipada para as eleições ao bloquear os acessos a colégios eleitorais de Bancoc e de várias províncias do sul do país.
Leia também: Opinião: Protestos na Tailândia surpreendem por diversidade de manifestantes e apoio a rei
Pelo menos 440 mil pessoas dos 2 milhões que se tinha registrado para o voto antecipado ficaram sem depositar sua cédula nas urnas, segundo os dados da Comissão Eleitoral.
Cerca de 20 partidos concorrerão às eleições de domingo; o principal partido da oposição, o Partido Democrata, decidiu boicotar o pleito.
NULL
NULL
Comissão Anticorrupção
A Comissão Anticorrupção da Tailândia pretende abrir ainda hoje um processo de impugnação contra a premiê, Yingluck Shinawtra. A organização anticorrupção considera que a chefe de governo agiu de forma negligente na gestão do programa de subsídios aos produtores de arroz, pelo qual o organismo já abriu na semana passada uma investigação contra Yingluck e acusou 15 pessoas.
A primeira-ministra preside o comitê que regula um programa de compra de arroz de agricultores acima do preço de mercado, o que representou uma despesa de 425 bilhões de bats (US$ 12,9 bilhões) em recursos públicos.
Leia mais: Em sua segunda cúpula, Celac se consolida com agenda própria para América Latina
Estas perdas poderiam ser reduzidas com a venda das toneladas de arroz que se acumulam em armazéns estatais devido à falta de compradores, o que relegou a Tailândia ao terceiro lugar como exportador mundial do grão, atrás de Vietnã e Índia.
(*) Com informações da Agência Efe
O membro da comissão anticorrupção, Vicha Mahakun, disse que o processo de impugnação, que levaria à inabilitação da primeira-ministra, poderia ser concluído em aproximadamente dois meses.