Governo quer expandir investimentos em biocombustível no continente africano
Governo quer expandir investimentos em biocombustível no continente africano
As oportunidades de investimentos na produção de biocombustíveis na África Subsaariana terão especial destaque nos eventos e na missão do governo brasileiro programados para esta semana. O continente africano é visto como uma nova fronteira para a produção de biocombustíveis e o interesse do governo e das empresas é incentivar essa expansão com tecnologia, máquinas, equipamentos e investimentos brasileiros.
O setor será tema de um dos painéis do Fórum Brasil-África Subsaariana: Empreendedorismo para o Desenvolvimento, que será promovido pelo Ministério das Relações Exteriores hoje (9) em Dacar, capital do Senegal.
Segundo o chefe da divisão de programas de promoção comercial do ministério e coordenador do fórum, Rodrigo de Azeredo Santos, o Brasil defende que o etanol se torne uma commodity energética, passo fundamental para consolidar o setor em todo o mundo.
Para Santos, não interessa ao Brasil ser um dos únicos produtores de etanol no mundo. Pelo contrário, a ampliação da oferta, com a descentralização da produção, é fundamental para que mais países adotem os biocombustíveis como fonte segura de energia. “Além dos benefícios ambientais, a produção de biocombustíveis é um importante mecanismo de desenvolvimento econômico e de inclusão social, que gostaríamos de ver expandido na África”, afirmou.
De acordo com ele, muitas pessoas colocam hoje um falso dilema, de que a humanidade precisa optar entre a produção de biocombustíveis e alimentos. “Vamos mostrar nesse fórum as experiências brasileiras para provar que esse conflito não existe, e que esse modelo pode ser reproduzido na África”, explicou.
No fórum, além das apresentações do Ministério da Agricultura e da Única (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) sobre as experiências brasileiras no setor, o APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool) vai falar sobre a evolução e organização da cadeia produtiva do etanol no Brasil.
Os fornecedores de máquinas e equipamentos para o setor também estarão presentes na Exposição Brasil Agri-Solutions, feira organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) também em Dacar hoje e amanhã.
De acordo com o gerente de projetos da entidade para a África e Oriente Médio, Diogo Akitaya, Senegal já tem projetos em estágio mais avançado para produzir biocombustíveis, e outros países da região caminham no mesmo sentido. “Podemos investir direto na produção nesses países, exportando máquinas, equipamentos e serviços”, disse.
Nigéria
A Nigéria também tem grandes planos no setor. Conforme o embaixador no Brasil, Kayode Garrick, o país já tem um projeto de lei, com perspectiva de ser aprovado em breve, determinando a mistura de etanol na gasolina.
Garrick falou também sobre investimentos recentes, como a Ethanig, joint venture entre uma empresa nigeriana e uma brasileira criada em 2007 com previsão de produzir, na Nigéria, 100 milhões de litros de etanol por ano a partir de 2010.
“A Petrobras exporta etanol para a Nigéria desde 2007, e temos outros investimentos previstos no setor. Queremos a experiência e a tecnologia brasileira para ampliar nossa produção, mas precisamos também investir em pesquisa para desenvolver nosso próprio programa de biocombustíveis, inclusive com outras fontes além da cana-de-açúcar”, explicou.
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