O ministro da Economia alemão, Phillip Rösler, afirmou no último domingo (22/07), em entrevista à rede de TV pública ARD, que a saída da Grécia da zona euro é um cenário possível e que, caso ocorra, já deixou de ser assustador há muito tempo.
Ele afirma estar “mais do que cético” sobre a capacidade do governo grego ser capaz de cumprir todas as imposições orçamentárias como condição para receber aportes calculados em 173 bilhões de euros. O valor é destinado unicamente para a quitação de parcelas da dívida soberana grega.
“É evidente que Atenas não tem registrado progressos no cumprimento do plano de reformas acordado com a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional)”, disse Rösler, que é também vice-chanceler e chefe do FDP (Partido Democratas Livres), principal aliado da DCU (União Democrata-Cristã) no governo de Angela Merkel.
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“Acho que para muitos especialistas, para o FDP e para mim também, uma saída da Grécia da zona do euro já perdeu seu horror há muito tempo.(…) Se a Grécia não cumprir suas obrigações, não deverá haver qualquer aporte novo”, afirmou.
“Entretanto, muitos gregos querem voltar a ter o dracma como moeda nacional”, afirmou o ministro.
Também no domingo, a revista semanal Der Spiegel noticiou que o FMI planeja encerrar os aportes financeiros à Grécia. Caso isso ocorra, o país poderá ir à falência já em setembro.
A intenção do FMI de não liberar mais dinheiro para o programa de arrocho financeiro, que tem provocado séria crise econômica e social no país, já foi comunicada à União Europeia, garantiu a revista alemã, citando fontes diplomáticas em Bruxelas.
Atenas obteve até agora, desde maio de 2010, dois resgates no total de 240 bilhões de euros, além de um perdão superior a 50% da dívida por parte da maioria dos credores.