Dez grupos palestinos sediados em Damasco, na Síria, incluindo o Hamas, rejeitaram o plano de paz egípcio que prevê um cessar-fogo entre Israel e Hamas. O grupo declarou que não vê “na iniciativa egípcia nenhuma base válida para uma solução aceitável”, já que inclui artigos que consideram arriscados para a resistência palestina e seu futuro.
Segundo as facções, o objetivo do plano egípcio é “impor restrições ao movimento de resistência, bloqueá-lo enquanto concede carta branca ao inimigo [Israel]”. Além disso, os grupos palestinos questionaram a participação de outros países árabes no plano, embora não tenham citado nenhum Estado em particular.
Além do Hamas, assinaram o comunicado a Jihad Islâmica, a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), entre outros.
A proposta prevê: uma trégua, por período limitado, para a abertura de passagens seguras e a entrada de mantimentos (isso tem sido feito desde ontem, por períodos de três horas); um convite a Israel e aos palestinos para uma reunião urgente, a fim de definir garantias e compromissos, incluindo garantir a segurança nas passagens fronteiriças e o fim do bloqueio; e a renovação do convite do Egito à Autoridade Palestina (AP) e diversas facções para conseguir a reconciliação palestina.
O plano foi apoiado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pela secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, pelo ministro de Relações Exteriores britânico, David Miliband, e pelo presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, entre outros.
ONU suspende operações em Gaza
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) interrompeu suas atividades em Gaza hoje. O órgão humanitário da ONU, que opera na região desde 1950, decidiu pela saída após a morte de um motorista da organização pelo Exército de Israel.
“Não podemos continuar operando desta maneira. O que pedimos ao Exército israelense é que deixasse nossos agentes humanitários trabalharem”, declarou Francesc Claret, porta-voz da UNRWA. Esse é o terceiro acidente envolvendo órgãos da ONU desde o começo do conflito, 13 dias atrás. Mais de 700 pessoas já morreram e cerca de 3 mil ficaram feridas.
Brasileira relata susto no norte de Israel
O conflito entre Israel e o Hamas, iniciado em dezembro, estendeu-se para além da Faixa de Gaza. Três mísseis katyusha foram lançados nesta madrugada a partir do Líbano, mirando a Galiléia, norte de Israel. Dois atingiram a cidade de Nahariya, sendo que um deles caiu sobre um asilo. Há registro de feridos e prejuízos materiais. O terceiro míssil caiu sobre um kibutz, sem deixar vítimas. Israel respondeu aos ataques.
Em entrevista ao Opera Mundi, a brasileira Julia Gutgold, de 48 anos, moradora de Nahariya, relatou que a tensão na cidade, com cerca de 50 mil habitantes, foi grande após o ataque. “Um dos mísseis caiu a duas quadras da minha casa.”.
Julia não percebeu que o forte barulho se tratava de um míssil. “Num primeiro momento, pensei que fosse uma batida de carro, mas só quando uma amiga telefonou perguntando se eu estava bem, percebi a gravidade”, contou.
Ela, que vive há cinco anos em Israel, disse que as escolas e alguns estabelecimentos fecharam hoje. “Mas a vida segue relativamente tranqüila. Agora há pouco, estava tomando um chá da tarde com algumas amigas em casa”.
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