O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, qualificou hoje (9/10) de “muito grave” a situação na represa de acumulação de substâncias tóxicas que, na segunda-feira, deixou escapar cerca de um milhão de metros cúbicos de “lama vermelha” e cujo mal estado de conservação obrigou a evacuação de um povoado, diante do risco de novos acidentes.
“A situação é muito grave. Não queremos criar grandes esperanças”, resumiu Orbán em uma improvisada entrevista coletiva na localidade de Ajka, para onde foram evacuados os 800 habitantes do povoado de Kolontár, local mais afetado pela avalanche tóxica carregada de metais pesados.
O primeiro-ministro indicou que, “no pior dos casos”, se a represa de fato sofrer uma nova ruptura, poderia haver um vazamento de cerca de 500 mil litros de arsênio, silício e metais pesados. O vazamento já inundou cerca de 40 quilômetros quadrados do sudoeste da Hungria, deixou sete mortos e 150 feridos.
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Orbán considera a situação “dramática”. Ele ressaltou que a evacuação de Kolontár foi ordenada porque “vidas humanas poderiam correr perigo”. O líder lembrou a morte das sete vítimas da tragédia e destacou que não se pode “deixar que isso se repita”.
Além disso, ele declarou que o governo dispõe das ferramentas necessárias para que o vazamento não cause uma segunda onda tóxica no rio Danúbio. “Estamos preparados para tudo”.
Sobre a localidade de Devecser, que também se viu gravemente afetada na segunda-feira, o primeiro-ministro indicou que ainda não foi ordenada a evacuação, mas sim que tudo está preparado para evacuar os habitantes em caso de necessidade.
Culpados
Quanto aos responsáveis pela catástrofe, Orbán assinalou que já se abriu uma investigação e prometeu que “as consequências serão muito graves”.
“A companhia pagará, não há dúvida”, disse em referência à metalúrgica MAL, proprietária da represa onde aconteceu o vazamento.
O Greenpeace afirmou em comunicado que o vazamento tóxico na Hungria inutilizou 40 mil hectares para a agricultura por vários anos.
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