Jornais, emissoras de TV e websites de diversos países destacaram a onda de violência na cidade do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (25/11). A entrada de tanques militares na favela Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, na zona norte da cidade, foi noticiada pela imprensa internacional, que chegou a descrever os confrontos entre policiais e traficantes – que, desde domingo, já mataram pelo menos 34 pessoas – como “cenário de guerra”.
Reprodução
Jornal da Guatemala retrata conflito no Rio de Janeiro e questiona se violência atrapalhará eventos esportivos
Em matéria intitulada “Cenário de guerra no Rio de janeiro: tanques entram na favela”, o jornal Prensa Libre, da Guatemala, o fato de a cidade sediar jogos da Copa do Mundo de futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 é enfatizado, e a violência é colocada como um dos principais problemas do Rio de Janeiro, “onde cerca de um terço da população vive em mil favelas”.
Leia mais:
Blindado da Marinha em ação no Rio já foi usado no Iraque e Vietnã
Nos Estados Unidos, o New York Times também coloca em xeque a escolha do Rio de Janeiro para receber os eventos esportivos e descreve o pânico causado por “criminosos fortemente armados que bloquearam ruas movimentadas, roubaram motoristas e incendiaram carros”. Para a rede CNN, os ocorridos na última semana têm preocupado as autoridades brasileiras, que desde já buscam alternativas para reduzir a violência e criminalidade para sediar os eventos.
Reprodução
Na CNN, o conflito entre policiais e traficantes e as armas utilizadas ganharam destaque
Recheada de fotos de policiais armados, confrontos e automóveis incendiados, a versão eletrônica do jornal francês Le Monde ressalta a entrada de tanques de guerra na Vila Cruzeiro. Da mesma forma, a emissora britânica BBC também enfoca o uso de veículos blindados da marinha nas operações policiais e divulga um vídeo em que moradores falam sobre o medo da onda de violência.
Em Portugal, o jornal Público descreve a reação dos traficantes ao se depararem com os seis tanques de guerra na Av. Brás de Pina, principal acesso à Vila Cruzeiro.
Reprodução
O jornal francês Le Monde ressaltou a entrada de tanques de guerra na favela Vila Cruzeiro
“Carros blindados foram recebidos com tiros, que atingiram sete moradores da região. Em seguida, um dos tanques da marinha foi atingido por oito tiros, deixando-o fora de operação”, escreveu.
Já o uruguaio El País lembra que esta foi a “primeira vez que veículos militares de grande porte foram utilizados em operações” na favela. O jornal também lembra a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) desde 2007, quando “as autoridades iniciaram a pacificação das favelas para tentar retomar os territórios nas mãos de traficantes de droga”.
A notícia repercutiu até mesmo na China. Na versão digital do jornal local Diário do Povo, o destaque é para o número de mortes e de policias que foram acionados nas operações. “O número de policiais nas ruas aumentou e até mesmo os oficiais que estavam de folga ou trabalhando nos escritórios da policia local foram acionados para reforçar o patrulhamento”, publicou o jornal chinês.
Reprodução
O Diário do Povo, da China, também noticiou o conflito destacando a quantidade de policiais que foram às ruas
Conflito
A onda de violência teve início na tarde de domingo (21/11) quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos, assaltaram os donos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Posteriormente, um carro oficial do Comaer (Comando da Aeronáutica). A partir de então, os ataques se multiplicaram.
Na segunda-feira (22/11), cartas divulgadas pela imprensa levantaram a hipótese de que os ataques teria sido feitos por líderes de organizações criminosas que estariam no presídio federal de Catanduvas, no Paraná.
No dia seguinte, o policiamento reforçado e a polícia anunciou que todo o efetivo foi colocado nas ruas para combater os ataques. Nas favelas, operações de pacificações entraram em ação, chegando até mesmo a entrar com tanques de guerra.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL