Após três mortes contabilizadas desde sexta feira (11), aniversário do golpe de Estado no Chile, a marcha de familiares de vítimas da ditadura, realizada hoje (13) em Santiago, contou com intensos confrontos entre manifestantes e a polícia, mas não houve feridos ou mortos.
A marcha seguia tranquila, ainda no começo de seu trajeto, quando, sem motivo aparente, a polícia tratou de dispersar os manifestantes, segundo testemunhas ouvidas pela AFP. O jornal El Mercúrio afirmou, por sua vez, que a culpa da confusão era de “encapuzados” que estariam infiltrados no ato. Fontes policiais afirmaram que só dispersaram a multidão depois que alguns manifestantes começaram a atirar pedras em veículos e edifícios.
A polícia esteve próxima durante todo o evento. Entre os participantes estava o candidato de esquerda à presidência do país, Jorge Arrate,que se indignou com a repressão , classificando-a como “injustificada”. Arremate, que seguia na frente da passeata, se desvencilhou da contenda indignado com a atitude policial, mas depois foi convencido por alguns jovens e retomar a marcha.
O ato começou com cerca de 500 pessoas na principal avenida da cidade de Santiago e continuou pacífica enquanto o número de pessoas crescia nos 3,5 km do trajeto (calcula-se que tenha chegado a 3 mil pessoas). O ponto final foi no Cemitério General, onde ocorreu uma homenagem no monumento à memória dos presos, desaparecidos e executados políticos situado no cemitério.
Claudio Reyes/EFE
Histórico
Durante protestos nas noites de sexta e sábado, cerca de três pessoas morreram, vinte ficaram feridas e 206 foram detidas durante distúrbios ocorridos em Santiago e outras cidades em razão do aniversario do golpe que culminou na morte de Salvador Allende e na tomada de poder de Augusto Pinochet no dia 11 de setembro de 1973.
Durante a ditadura militar chilena (1973-1990) cerca de 3,2 mil pessoas morreram ou desapareceram e mais de 28 mil foram presas e torturadas, como é o caso da presidente chilena, Michelle Bachelet.
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