Pelo menos sete pessoas morreram e outras seis ficaram feridas neste sábado (02/01) em um ataque contra uma base militar no estado de Punjab, no norte da Índia.
A ação foi iniciada por volta das 3h30 (20h de sexta-feira em Brasília) e culminou em enfrentamentos entre as forças de segurança indianas e os atiradores que se estenderam durante pelo menos cinco horas, disse um subdiretor-general da polícia provincial, H.S. Dhillon, à agência estatal PTI.
Agência Efe
Soldados indianos em checkpoint em Punjab; forças de segurança do país estão em alerta após ataque a base aérea
Uma fonte das Forças Armadas indianas disse à Agência Efe que, no entanto, a operação ainda está em andamento na área onde ocorreu o ataque, Pathankot, a poucos quilômetros da fronteira com o Paquistão.
As plataformas de vigilância aérea detectaram os agressores assim que chegaram à base, já que as Forças Aéreas estavam de sobreaviso de um possível ataque e tinham tomado medidas para repeli-lo, indicou o Ministério da Defesa em comunicado.
“Os infiltrados foram confrontados imediatamente e confinados a uma área limitada, evitando deste modo que entrassem na zona técnica onde estão os bens de grande valor”, detalhou o departamento, que acrescentou que “possivelmente” o objetivo era destruir esse material.
A força aérea trabalha em coordenação com o exército, a Guarda de Segurança Nacional e a polícia local, segundo a nota.
O porta-voz da polícia de Pathankot Naresh Singh disse à Efe que cinco agressores foram abatidos e pelo menos dois militares morreram durante a ação.
A região voltou a registrar tiroteios horas depois do fim dos confrontos, e as forças de segurança desdobraram dois helicópteros de ataque para assediar os pontos de origem dos disparos, detalharam fontes do Ministério da Defesa à PTI.
O vice-ministro dessa pasta, Kiren Rijiju, disse a jornalistas que o governo tem informação “crível” que aponta que a ação esteve “patrocinada por alguns grupos do outro lado da fronteira”.
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Agência Efe
Nawaz Sharif (esq.), primeiro-ministro paquistanês, recebe Narendra Modi, premiê indiano, no aeroporto de Lahore
Em comunicado, o Paquistão condenou o ataque e garantiu que segue “comprometido” a colaborar com a Índia e outros países da região para erradicar a ameaça terrorista.
“Paquistão é nosso vizinho e queremos paz, mas qualquer ataque terrorista contra a Índia obterá a resposta adequada”, declarou o ministro indiano de Interior, Rajnath Singh, em entrevista à agência local ANI.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, realizou semana passada a primeira visita de um máximo líder indiano ao Paquistão em 11 anos para se reunir com seu colega, Nawaz Sharif, apenas duas semanas depois dos dois países concordarem em iniciar um diálogo de paz.
A aproximação entre Índia e Paquistão costuma motivar violações ao cessar-fogo na Linha de Controle (LoC, fronteira de fato) e em algumas ocasiões em ataques insurgentes.
O Punjab faz fronteira com a Caxemira, região disputada entre Índia e Paquistão e principal ponto de enfrentamento entre os dois países, pela qual travaram duas guerras e vários conflitos menores desde a partilha do subcontinente e a criação dos dois países, em 1947.