Após oito anos sem execuções, a Índia enforcou nesta quarta-feira (21/11) o único terrorista preso com vida nos ataques que causaram 166 mortes em Mumbai no ano de 2008. Autoridades rejeitaram seu pedido de clemência.
Segundo fontes oficiais, o paquistanês Mohammed Ajmal Amir, conhecido como Kasab, foi enforcado no presídio da cidade de Pune por volta das 7h30 (horário local) e, pouco tempo depois, enterrado em um cemitério na própria prisão.
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O governador Prithviraj Chavan declarou que Kasab foi transferido de um presídio de segurança máxima em Mumbai há dois dias e que não deixou escrita nenhuma última vontade.
“O Paquistão foi informado, mas ninguém pediu seu cadáver. Estes assuntos devem ser mantidos em segredo, mas já havíamos falado que atuaríamos após receber os papéis presidenciais”, disse o ministro de Interior da Índia, Sushilkumar Shinde.
O grupo terrorista que cometeu os atentados de Mumbai era formado por 10 pessoas procedentes do Paquistão, das quais nove foram abatidas pelas forças de segurança após quase 60 horas de tiroteios. Kasab foi o único ferido e preso.
Os assaltantes chegaram por mar à costa de Mumbai e atacaram vários pontos emblemáticos da cidade, como a estação Victoria, um famoso restaurante, um centro judeu e dois hotéis de luxo.
No total, 166 pessoas morreram e outras 300 ficaram feridas nestes ataques, sendo que as câmaras de segurança registraram imagens de Kasab, então com 21 anos, andando com um fuzil na mão e uma mochila no ombro.
Kasab tinha sido condenado a morte por uma corte especial antiterrorista no dia 6 de maio de 2010, a qual destacou a “depravação excepcional” do terrorista, que, junto a um cúmplice, disparou e matou indiscriminadamente 52 pessoas na estação de trem.
Mais tarde, o Supremo acabou confirmando essa pena capital e, por isso, o réu resolveu escrever um pedido de clemência ao presidente da Índia, Pranab Mukherjee, que, por sua vez, rejeitou o pedido no último dia 5 de novembro.
Esta é a primeira condenação a morte aplicada na Índia desde 2004, quando um preso bengali foi enforcado por ter estuprado e assassinado uma estudante.