O Ministério da Cultura do Irã elaborou um novo manual de comportamento que pretende censurar determinadas palavras que supostamente trariam influência da “cultura ocidental”, reportou a emissora RT nesta quinta-feira (21/01).
Entre as palavras que devem ser banidas de livros publicados na República Islâmica estão a bebida “vinho”, bem como o nome de determinados animais estrangeiros e alguns presidentes de outras nacionalidades.
EFE
Clérigos iranianos querem alterar o mercado editorial do país
Para o responsável pela permissão de livros do Ministério da Cultura e do Guia Islâmico, Mohammad Selgi, a ponto de vista ideológico dos clérigos deve ser levado em conta na permissão ou recusa para o lançamento de um livro no país persa.
A proposta desta nova série de regulamentações restritivas é uma tentativa de garantir que as mudanças no mercado editorial da nação promovam os princípios da Revolução Islâmica de 1979, que baniu o consumo de vinho nas ruas do país.
Segundo Selgi, trata-se de uma tentativa que tem o intuito de evitar a influência da “cultura ocidental” e de “insultos contra o profeta”, em meio à reabertura do país com a comunidade internacional.
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Internautas criticaram e ironizaram a possível saída da palavra 'vinho' dos livros do país
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No último fim de semana, Teerã e potências internacionais deram um novo passo nas relações diplomáticas, com o fim paulatino das sanções financeiras que estrangulam a economia iraniana, em troca de um controle mais profundo do programa nuclear do país persa.
Embora o presidente do Irã, Hassan Rouhani, tenha dito que essas transformações representam, de modo positivo, “um novo capítulo nas relações” do seu país com o mundo, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, mantém uma postura de desconfiança.
Esta nova decisão foi criticada nas redes sociais. Para um internauta, essa medida seria impossível de ser implementada, dado que o Corão apresenta a palavra “vinho” diversas vezes ao longo dos seus textos sagrados. Já outra usuária do Twitter recorda que o filósofo Omar Khayyam, um dos principais poetas persas, sempre abordou os benefícios espirituais de uma taça de vinho.