O Irã deixou de enriquecer urânio acima de 5% e reduziu as reservas do combustível, de acordo com a declaração dada pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) nesta quinta-feira (20/02), em Viena. Segundo o relatório do órgão, Teerã está cumprindo as metas estipuladas com a comunidade internacional em novembro de 2013 para provar que seu programa nuclear não possui objetivo militar.
Efe
A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton (à esq) e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Zarif, durante entrevista
No entanto, o documento acrescenta que ainda não é possível ter certeza de que o programa atômico seja exclusivamente pacífico. “As medidas aplicadas pelo Irã e os futuros compromissos que tomou representam um positivo passo adiante, mas ainda há muito a fazer para resolver todos os assuntos pendentes”, escreveu a agência vinculada à ONU.
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O órgão faz referência à questão do reator de água pesada de Arak, que tem capacidade de gerar plutônio – outro material empregado na produção de bomba atômica. Segundo a AIEA, o Irã não cumpriu a exigência do Conselho de Segurança para interromper os trabalhos, mas reconhece que não continuou instalando outros componentes de importância. Por outro lado, a interrupção dos trabalhos em Arak não foi uma das medidas decididas com as grandes potências no acordo de novembro passado.
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Paralelamente, o relatório da AIEA lembra que continua esperando informação sobre Parchin, uma base militar na qual os inspetores não podem entrar e que, segundo alguns serviços de inteligência, foi usada para experimentos relacionados ao programa nuclear.
No dia 9 de fevereiro, o Irã concordou em firmar um acordo com a AIEA para tomar sete novas medidas de cooperação que têm o intuito de apaziguar as preocupações internacionais a respeito de seu programa nuclear. Já no dia 20 de janeiro, o órgão vinculado à ONU havia confirmado também que o país persa suspendeu voluntariamente a produção de urânio enriquecido ao nível de 20%.
No fim de novembro de 2013, aconteceram negociações paralelas entre o Irã e o grupo 5+1 (China, Rússia, EUA, Alemanha, França e Reino Unido). Nessas reuniões, chegou-se a um acordo, firmando o compromisso de Teerã suspender o enriquecimento de urânio a 20% e congelar as demais atividades nucleares — em troca de um levantamento limitado das sanções internacionais.