O governo de Israel anunciou nesta terça-feira (21/05) que os pescadores de Gaza poderão trabalhar novamente até seis milhas náuticas do litoral, a mesma distância estipulada em 2012. No último mês de março, Israel reduziu essa medida a três milhas alegando razões de segurança, já que disse ter registrado lançamento de foguetes desde a a região palestina.
A redução, tanto de seis ou de três milhas, impede a viabilidade da pesca comercial.
Em comunicado conjunto, o exército israelense e a Cogat (Coordenação do governo israelense para Atividades nos Territórios palestinos, sigla em inglês) informaram que a decisão foi aprovada pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e pelo ministro da Defesa, Moshé Yalon.
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O principal responsável do Cogat, o comandante geral Eitan Dangot, repassou essa decisão a “destacados funcionários palestinos, internacionais e egípcios”, precisa a nota.
A zona de pesca nas águas de Gaza, uma área que é patrulhada pela Marinha israelense para impedir a chegada de armas, deveria ser de 20 milhas náuticas, segundo os Acordos de Oslo, mas acabou sendo reduzida após a explosão da Segunda Intifada em 2000.
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Em 2002, Israel se comprometeu perante a então enviada do secretário-geral da ONU para assuntos humanitários nos territórios palestinos, Catherine Bertini, a respeitar 12 milhas náuticas, mas nunca cumpriu o acordo.
Depois que o movimento islâmico Hamas, que venceu as eleições legislativas palestinas de 2006, expulsou as forças leais ao Fatah em 2007 (que mantém o controle da Cisjordânia), Israel considerou o enclave litorâneo uma “entidade hostil” e impôs um bloqueio que reduziu a zona de tarefa a três milhas náuticas.