O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou nesta quarta-feira (09/04) o fim da cooperação do seu país com a ANP (Autoridade Nacional Palestina), com exceção das áreas de segurança e política, uma vez que será permitida a continuidade do diálogo de paz mediado pelos Estados Unidos.
Segundo autoridades israelenses, a medida é uma resposta à “grave violação cometida pelos palestinos contra o âmbito das conversas de paz”, uma referência à decisão da ANP de preencher a documentação para aderir a 15 tratados e convênios internacionais.
As cooperações econômica e civil mantidas entre ambas as partes, como no setor elétrico e de água, foram suspesas. Para o líder da oposição israelense, Isaac Herzog, Netanyahu está “dando gasolina e fósforos para aqueles que odeiam Israel”, de acordo com declarações reproduzidas pelo jornal The Jerusalem Post.
Agência Efe
Benjamin Netanyahu anunciou a interrupção de cooperação horas depois de John Kerry falar sobre diálogos de paz no Senado
“Não está claro que bem fará este passo desnecessário de desconexão com a ANP. Ao mesmo tempo, está claro qual será o dano e é um dano que prejudicará nossos interesses e os de nossas empresas”, criticou Herzog.
Por outro lado, o presidente do Comitê de Finanças do Kneset (Parlamento de Israel), Nisan Slomiansky, apoiou o anúncio de Netanyahu, argumentando que “é um erro sério pensar que precisamos pagar um preço alto só para que os palestinos falem conosco. Felicito o primeiro-ministro por sua decisão de responder com determinação às provocações da Autoridade Palestina”.
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As tensões entre Israel e Palestina aumentaram na última semana, quando Israel se recusou a libertar 26 prisioneiros palestinos. Depois disso, o governo israelense anunciou a intenção de construir 700 apartamentos em Jerusalém Oriental e Mahmoud Abbas, presidente da ANP, apresentou a documentação para que o “Estado da Palestina” se torne membro de convênios internacionais.
Netanyahu ordenou a interrupção do contato ministerial entre Israel e Palestina horas depois que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, falou sobre as conversas de paz no Senado dos EUA. “Ambos os lados, advertida ou inadvertidamente, acabaram em posições em que fizeram coisas que não ajudaram de modo algum”, disse.
Apesar da crise, as conversas devem continuar até 29 de abril, prazo final para que se chegue a um acordo sobre as chamadas negociações finais para resolver as fronteiras de um Estado palestino, a disposição de Jerusalém e outras questões de longa data.