A Justiça de Porto Rico emitiu nesta terça-feira (23/07) um mandado de busca e apreensão para obter o celular do governador Ricardo Roselló e de outras 11 pessoas envolvidas no vazamento de mensagens compartilhadas no aplicativo Telegram.
Mariana Cobián, porta-voz do Departamento de Justiça, afirmou que o tribunal autorizou o mandado na segunda-feira (22/07). “Por se tratar de uma investigação em andamento, nenhum comentário adicional será emitido”, disse.
Ao jornal porto-riquenho El Nuevo Día, a subsecretária de Comunicação do governo, Michelle de la Cruz, afirmou que o governador está pronto para cooperar com as autoridades e colocar seu celular à disposição de revisão.
Por sua vez, Cobián não detalhou para quais pessoas os mandados foram dirigidos, mas que todos devem entregar os celulares para que sejam investigados.
A determinação judicial vem após o décimo dia de protestos em San Juan, capital do país, exigindo a renúncia de Roselló. No domingo (21/07), o governador disse que não vai deixar o cargo, mas que desistiu de concorrer à reeleição em 2020.
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Mensagens vazadas mostraram conversas grosseiras do governador contra personalidades políticas
Em 13 de julho, o Centro de Jornalismo Investigativo de Porto Rico teve acesso a 900 páginas de conversas do governador porto-riquenho.
As mensagens vazadas por uma fonte anônima mostram conversas grosseiras e insultos de Roselló contra dirigentes políticos e líderes da oposição.
Em sua defesa, o governador disse que o chat era usado “para liberar tensões de dias de 18 horas”. “Mas nada disso justifica as palavras que escrevi”.