A Justiça egípcia ordenou nesta terça-feira (12/11) a suspensão do estado de emergência que estava em vigor no país há quase três meses. O Tribunal Administrativo do Egito emitiu uma decisão que ordena o fim do estado de emergência, suspendendo, por consequência, o toque de recolher a partir de meia-noite. O governo afirma que está esperando receber o texto da decisão antes de implementá-la.
O tribunal se pronunciou depois do pedido de um advogado pela nulidade do estado de emergência, por considerar que hoje “se completa o prazo máximo no qual se pode aplicar esse estado”. O fim da medida, entretanto, era esperado para daqui a dois dias.
Agência Efe
Soldados egípcios montam guarda em frente à Bolsa de Valores, devido à previsão de protestos nesta terça-feira
O presidente interino egípcio, Adly Mansour, decretou o estado de emergência em todo o país em 14 de agosto, após o massacre da praça de Rabea el Adawiya, no bairro de Cidade Nasser, em que morreram centenas de seguidores do ex-presidente Mohamed Mursi, deposto no último dia 3 de julho.
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A princípio, a duração prevista do estado de emergência era um mês, mas o governo o prorrogou por dois meses no dia 12 de setembro. Nessa situação, as autoridades podiam prender e entrar em casas sem ordem judicial. O toque de recolher começava à 1h (local, 21h em Brasília) e terminava às 5h (3h em Brasília), exceto às sextas -feiras, dia em que normalmente se organizam as manifestações da Irmandade Muçulmana, quando entrava em vigor às 19h (15h).
Mesmo durante o estado de emergência e com as restrições impostas pelo governo, centenas de partidários de Mursi convocavam quase diariamente protestos para pedir seu retorno ao poder.