O sindicalista Juan Barahona deixou hoje (13) a comissão que representa o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, no diálogo sobre a crise política no país por discordar da decisão do chefe de Estado de renunciar a uma Assembleia Constituinte.
“Não estamos de acordo, mas vamos respeitar a posição dele (Zelaya), a renúncia à Constituinte”, declarou Barahona a jornalistas após deixar a mesa de diálogo por decisão, segundo ele, do próprio Zelaya. Barahona foi substituído pelo advogado Rodil Rivera.
A mesa de diálogo em que trabalham as comissões de Zelaya e de Roberto Micheletti, desde a quarta-feira passada para a obtenção de um acordo que tire Honduras da atual crise política, retomou hoje os trabalhos em um hotel de Tegucigalpa após uma pausa durante o final de semana.
Barahona esclareceu que sua saída não significa uma ruptura da Frente de Resistência contra o Golpe de Estado, da qual é dirigente junto com Zelaya, mas insistiu em que o movimento quer uma Constituinte. “Não renunciamos à Constituinte”, mas “não se rompe a relação entre a frente de resistência e o presidente Zelaya”, explicou o sindicalista.
“Não vamos desistir da luta para que o presidente Zelaya seja restituído”, afirmou.
Segundo Barahona, houve na semana passada consenso sobre os pontos de que não haverá anistia política para os envolvidos na crise e de que Zelaya desistirá de promover uma Assembleia Constituinte caso volte no poder.
Também houve acordo sobre a necessidade de um governo de união nacional, segundo a ex-presidente da Corte Suprema de Justiça Vilma Morales, integrante da comissão de Micheletti.
O movimento de resistência apoia a ausência de anistia porque “quem cometeu crimes deve se submeter à lei”, afirmou Barahona, dirigente da Confederação Unitária de Trabalhadores de Honduras (CUTH).
O sindicalista reconheceu que estava em “uma posição um pouco incômoda na mesa” de diálogo porque, por decisão própria, se negou a assinar as atas das reuniões “e não podia continuar sem assinar”, pois o mecanismo do diálogo estabelece que todos os participantes devem fazê-lo. “Para evitar isso, é melhor uma substituição a tempo”, disse.
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