O líder máximo das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Timoleón Jiménez, mais conhecido pelo apelido “Timochenko”, divulgou um comunicado nesta segunda-feira (10/01) convidando o governo do presidente Juan Manuel Santos a um diálogo “cara a cara com o país” e “sem mentiras”.
Na mensagem, intitulada “Sem mentiras, Santos, sem mentiras”, difundida em seu site na internet, o grupo armado reiterou seu interesse em discutir temas como privatizações, a liberdade do comércio e dos investimentos, a crise ambiental, a democracia em economias de mercado e a doutrina militar.
O chefe guerrilheiro denunciou um destacamento de tropas governamentais na região de Catatumbo, ao norte do Departamento de Santander, na fronteira com a Venezuela, local onde as autoridades colombianas acreditam haver uma grande concentração de campos rebeldes.
Para Timochenko, esta é uma desculpa do governo para as tropas garantirem a chegada de empresas multinacionais no setor de produção de óleo de palma e exploração mineral.
“O governo e a cúpula militar sabem bem o que estão fazendo. Em um ato de imprudência, o Exército Nacional se aproxima das comunidades indígenas de Catatumbo simulando brigadas de ajuda. Sabe-se que, na verdade, o que ocorrerá: uma perseguição infame e o exílio dos indígenas Bari, cujos assentamentos são alvos de grandes empresas transnacionais dos ramos do carvão, petróleo e biocombustíveis. É isso o que as tropas farão, Santos: garantir ainda mais a prosperidade dos mais prósperos”, afirmou.
Na mensagem divulgada nesta segunda-feira, o líder guerrilheiro insta Santos a “retomar a agenda (de negociações) que ficou pendente em Caguán”, nas selvas localizadas ao sul do país, cenário de um fracassado processo de paz da organização com o governo do ex-presidente Andrés Pastrana (1998-2002).
Ao final do texto, Timochenko diz que as FARC nunca aceitarão “imposições de verdades absolutas” e pondera que “este conflito não terá solução até que nossas vozes não sejam atendidas”.
Timochenko assumiu o controle das FARC após a morte do guerrilheiro Afonso Cano, em 4 de novembro de 2011, em uma operação militar no departamento de Cauca, no sudoeste do país.
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