O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe afirmou que quer apresentar “um grande pacto nacional”, depois que, neste domingo (02/10), o acordo de paz com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) foi rejeitado em referendo. O partido de Uribe, o Centro Democrático, assim como ele próprio, liderou a campanha pelo ‘não’.
“Queremos apresentar um grande pacto nacional, nos parece fundamental que em nome da paz não se criem riscos aos valores que a tornam possível”, afirmou Uribe em declaração lida para jornalistas e correligionários em seu sítio em Rionegro, município próximo a Medellín.
Uribe, senador do Centro Democrático, convidou a comunidade internacional que apoiou o acordo com as FARC para a “reflexão”, e pediu que ela entenda suas razões para se opor ao pacto. “Sabemos que nossos compatriotas do 'sim', ao receber a mensagem de nossa boa vontade, nos escutarão e os escutaremos, pedimos o mesmo ao governo, a seus negociadores e à comunidade internacional”, disse.
O ex-presidente, que foi recebido com aplausos por seus partidários, afirmou que quem votou no “sim” ou no “não” tem “um elemento comum: todos querem a paz, nenhum quer a violência”. “Pedimos que não haja violência, que se dê proteção às FARC e que cessem todos os crimes, incluindo o narcotráfico e a extorsão”, afirmou.
Para Uribe, a guerrilha “contribuirá muito para a unidade dos colombianos que vocês, devidamente protegidos, permitam que se aproveite a tranquilidade”.
Agência Efe
Ex-presidente Uribe foi um dos líderes pelo 'não' ao acordo de paz na Colômbia
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O ex-chefe de Estado advertiu que “a economia do país está em dificuldades que poderiam se agravar com os acordos e chegar ao ponto de frear a confiança de investimento, caso não houvesse os recursos para cumprir o pactuado com a FARC”.
Uribe também pediu ao governo e ao Congresso “decisões de severa austeridade e promoção efetiva da confiança privada para garantir o compromisso com o investimento social”.
‘Não’ vence por estreita margem
“Você apoia o acordo para o término do conflito e construção de uma paz estável e duradoura?” Essa foi a pergunta feita aos colombianos neste domingo (02/10). A resposta de 50,2% dos eleitores foi “não” e houve 63% de abstenção.
Para que o acordo fosse ratificado, era necessário que o “sim” alcançasse 13% dos votos de todos os colombianos aptos a votar, ou seja, 4,5 milhões de votos, e ser superior em números absolutos ao “não”.
O “não”, impulsionado por Uribe, de perfil de extrema-direita, é visto por analistas como uma derrota a Santos, que venceu a reeleição em 2015 com a proposta de finalizar o conflito armado no país.
(*) Com Efe