O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei afirmou nesta quarta-feira (22/02) que o país não busca desenvolver armas atômicas, ao contrário do que acusam os Estados Unidos e a União Europeia. As declarações acontecem logo depois que inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) deixaram o país sem alcançar um acordo com as autoridades iranianas.
Efe
Declarações do líder supremo acontecem logo após a visita da AIEA ao país
Diante de uma plateia formada por cientistas nucleares do país, Khamenei afirmou que o país deseja “romper a supremacia baseada em armas atômicas” que as grandes potências ocidentais têm.
No entanto, segundo ele, o objetivo dos iranianos é desenvolver energia nuclear com fins pacíficos e que, para isso, os cientistas do país devem seguir “trabalhando seriamente”.
O país acusa os serviços secretos de Israel e dos EUA de provocar os assassinatos de cinco cientistas que trabalhavam no programa nuclear iraniano. Os dois países negam as acusações e garantem que os iranianos estão desenvolvendo um programa nuclear com fins bélicos.
A desconfiança e as acusações dos países ocidentais a respeito da produção nuclear do país geraram severas sanções aos iranianos nos últimos meses. Com o intuito de atingir a produção de petróleo do Irã, a União Europeia aprovou uma medida que põe fim aos contratos de importação do combustível do país a partir de 1º de julho.
Como retaliação, os iranianos já suspenderam de forma imediata a exportação de petróleo ao Reino Unido e à França. Espera-se, no entanto, que os países europeus mais afetados pelas medidas bilaterais serão a Grécia e a Espanha, que importam o material em maior quantidade.
Visita da AIEA
Na madrugada desta quarta-feira, a AIEA divulgou em Viena os primeiros resultados da visita que fez ao país, encerrada nesta terça-feira. Esta foi a segunda visita dos inspetores da Agência à República Islâmica no período de um mês.
No comunicado, a AIEA afirmou que o “Irã não deu permissão para a visita” à instalação militar de Parchin, local em que os inspetores suspeitavam que houvesse atividades relacionadas a um possível programa nuclear militar.
“Nós negociamos com espírito construtivo, mas não foi alcançado acordo algum”, afirmou Yukiya Amano, diretor-geral da AIEA, que deve emitir um novo relatório sobre o programa iraniano ainda nesta semana.
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