Em um dia reservado para debates sobre o futuro da economia da União Europeia, líderes do G8, o grupo das oito nações mais ricas do planeta, decidiram defender a permanência da Grécia na Zona do Euro.
Por meio de um comunicado, o grupo admitiu que uma união entre instrumentos de consolidação fiscal e estímulos ao crescimento será a melhor solução para o caos financeiro que afeta a União Europeia e, em especial, a Grécia.
“Nós concordamos com a importância de uma Zona do Euro forte e coesa para uma estabilidade e recuperação global, e nós declaramos nosso interesse pela manutenção da Grécia no bloco enquanto cumpra com suas obrigações”, disse o relatório enviado pela cúpula à imprensa.
Em meio a uma enorme instabilidade política, agravada por elevadas taxas de desemprego e de endividamento público, a saída da Grécia da União Europeia foi fortemente cogitada por autoridades da Comissão Europeia e ainda divide opiniões entre as lideranças do continente.
Embora o presidente norte-americano Barack Obama garanta que o G8 está muito próximo de um consenso, seus membros também admitiram que, por enquanto, “as medidas corretas não são as mesmas para cada um de nós”.
Agência Efe
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O G8 já fala em “sinais de progresso” na tentativa de recuperação da economia global. Contudo, também faz questão de frisar que “tempos difíceis persistem”. A chanceler Alemã, Angela Merkel, ao lado de seu colega britânico, o primeiro-ministro David Cameron, ainda insistem em pacotes de austeridade para redução do déficit público. Por sua vez, o recém-eleito presidente da França, François Hollande, prega estímulos públicos sobre a economia como fórmula para o crescimento da Zona do Euro. No meio termo permanece Barack Obama, que disse à imprensa neste sábado (19/05) que a solução para a crise está na união desses dois posicionamentos antagônicos.
Nesta sexta-feira (18/05) o gabinete do primeiro-ministro interino da Grécia, Panagiotis Pikrammenos, acusou Merkel de tentar influenciar o processo político do país e sugerir que, junto às eleições do próximo dia 17 de junho, também seja feito um referendo que pergunte à população se ela deseja permanecer dentro da União Europeia. O gabinete da chanceler alemã considera as afirmações “falsas”
Se a Grécia deixar a Zona do Euro, outros países que lutam contra a elevação do déficit, como a Espanha e a Itália, poderão se fragilizar e desencadear uma crise financeira ainda mais grave e intensa do que a deflagrada em 2008.