A Liga Árabe decidiu neste sábado (28/01) suspender imediatamente o trabalho de seus observadores na Síria até a realização da próxima reunião dos ministros de Relações Exteriores árabes, por causa da deterioração da segurança no país.
Em comunicado, o secretário-geral do organismo, Nabil al Arabi, explicou que a decisão acontece por causa da “deterioração perigosa da situação na Síria, continuação do uso da violência e da troca de tiros e bombardeios que têm como vítimas os cidadãos inocentes”. A decisão também teria sido tomada porque o regime sírio de Bashar al Assad estaria utilizando as forças de segurança contra os civis, em contradição com seus compromissos com a Liga Árabe e com o protocolo da missão.
Neste sábado, o Conselho Nacional Sírio, organização apoiada por países ocidentais que reúne opositores ao regime de Bashar al Assad, pediu que cidadãos sírios ao redor do mundo protestem nas embaixadas da Rússia. Principal aliado da Síria, o governo russo já declarou que utilizará seu poder de veto contra qualquer projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU que abra espaço para uma invasão do país.
“Apelamos a todos os sírios no exterior para mostrar solidariedade com nosso povo e protestar contra a posição russa, disse Samir Neshar, líder do CNS, em Istambul. Ele também anunciou que o Conselho vai enviar uma delegação às Nações Unidas neste domingo para pedir a protecção dos civis sírios e acusou o Irã de tomar parte na repressão aos protestos contra regime o governo.
Confrontos
Pelo menos 12 civis e sete soldados morreram neste sábado, em diferentes ataques que os opositores atribuem às forças leais ao regime e as autoridades sírias a “grupos terroristas”. O grupo opositor CCL (Comitês de Coordenação Local) informou em comunicado a morte de oito civis em Homs, dois em localidades dos arredores de Damasco, um em Deraa e outro em Deir ez Zor.
Já a agência oficial de notícias Sana disse que sete soldados, entre eles um oficial, morreram em um ataque de “um grupo terrorista armado”, que o regime de Bashar al Assad acusa de estar por trás da revolta. O ataque aconteceu contra um ônibus onde estavam os militares nos arredores de Damasco.
Quanto às vítimas civis, os CCL explicaram que em Homs, um dos principais redutos da oposição a Bashar al Assad, a maior parte das mortes aconteceu por causa de disparos das forças de segurança.
A localidade de Rastan, na província de mesmo nome, foi palco de violentos enfrentamentos entre o Exército e soldados desertores nos quais foram destruídos vários veículos e postos de controle militares.
Os CCL informaram, além disso, que o número de corpos encontrados em uma fazenda chega a 30, por causa de um massacre realizado pelo regime no dia 23 de janeiro. O morto de Deraa é um dos principais ativistas da cidade, que segundo os CCL teria sido vítima de uma emboscada das forças de segurança.
Já em Deir ez Zor aconteceu a explosão de um gasoduto, que segundo a agência “Sana” foi atacado por um “grupo terrorista” e de acordo com os CCL foi alcançado pelo bombardeio do regime.
*Com informações das agências Efe e France Press.
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