O presidente de Honduras, Porfirio Lobo, disse que se encontrou na última segunda-feira (5/7) com o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, para discutir o retorno do país à entidade.
“Estive reunido à noite com o doutor Insulza, em Miami. Tocamos no tema do reingresso de Honduras à OEA, e falamos que esse organismo está na melhor disposição de nos ajudar, como muitos países estão fazendo, buscando conciliar a relação com as demais nações”, declarou Lobo ontem (6/7), conversando com jornalistas.
O presidente explicou que o tema será abordado em um colóquio de embaixadores junto ao órgão, e recordou que foi nomeada uma comissão especial de juristas para examinar o caso. O último encontro do grupo ocorreu em Lima, e seu informe será apresentado antes de 30 de julho.
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A nação centro-americana foi suspensa da OEA após o golpe de Estado que destituiu do poder o então presidente constitucional, Manuel Zelaya, em junho de 2009.
A viagem de Lobo aos Estados Unidos não havia sido informada oficialmente. Devido à falta de notícias, a imprensa local especulou que ele teria ido à República Dominicana para se reunir com o ex-mandatário, que está exilado em Santo Domingo desde janeiro.
O atual presidente recordou que vários governos estão preocupados com as acusações feitas pela Justiça hondurenha contra Zelaya – que precisaria responder por 18 crimes -, razão pela qual este não quer retornar a Tegucigalpa. “Ele pode vir aqui quando quiser. Não vem porque não quer”, declarou Lobo, assegurando que o ex-chefe de Estado terá garantida sua defesa “em liberdade”.
Resistência
Lobo comentou a condição colocada por alguns países, de que o reingresso na OEA só seria autorizado em troca da imunidade de Zelaya. “Essa prerrogativa não existe em Honduras porque foi abolida pelo Congresso Nacional em 2002”, apontou.
Segundo ele, Insulza também se reuniu com o ex-presidente na República Dominicana, “porque está na melhor vontade de ajudar para que Honduras retorne à OEA, já que quando não se é parte deste organismo, há dificuldades para conseguir empréstimos”, relatou.
Além de negar a volta do país centro-americano à entidade, nações lideradas pelo Brasil, entre outras, não aceitam reconhecer o governo de Lobo no Executivo local, devido ao fato de que as eleições das quais ele saiu vencedor foram organizadas pelo regime que depôs Zelaya.
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