O Governo britânico espera que a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) substitua nos próximos dias os Estados Unidos na direção e controle das operações militares internacionais para aplicar a zona de exclusão aérea sobre a Líbia.
“Espero que passemos para uma situação de comando e controle da OTAN, embora não seja uma missão da Otan”, disse o titular de Defesa britânico, Liam Fox, em entrevista à BBC. Segundo o ministro, “continua sendo uma coalizão da ONU, de nações que voluntariamente querem defender o povo líbio, mas esperamos que a coordenaremos ao longo desta semana através das estruturas de comando e controle que a OTAN já possui”.
“Espero que ocorra em questão de dias. Tudo depende de alcançarmos um acordo de todas as nações da OTAN”, acrescentou.
O Conselho do Atlântico Norte, órgão do Governo da Aliança, se reúne neste domingo (20/3) em Bruxelas para decidir se deve se envolver formalmente na campanha ou se só dá apoio logístico às nações envolvidas.
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Fox reconheceu que este salto qualitativo no papel da OTAN pode se ver limitado pelo fato de que nações membros da Aliança, como Alemanha e Turquia, decidiram não participar. O ministro admitiu também que um protagonismo formal da OTAN pode desanimar os países árabes a se envolver na operação para evitar que o regime do coronel Muammar Kadafi ataque as forças opositoras, que ainda controlam a cidade de Benghazi.
Assegurou que nas últimas horas conversou com dirigentes de vários Estados árabes, que manifestaram disposição a se unir à campanha militar nos próximos dias.
“Falei na manhã deste domingo com alguns líderes dos países árabes, que me disseram que poderiam se envolver. Eles querem fazer o anúncio e não vou dizer quais países podem estar envolvidos, mas é uma resposta muito positiva”, ressaltou Fox.
O titular da Defesa disse que é “muito importante para a opinião no mundo árabe demonstrar que isto não é só uma ação do Ocidente, mas uma atuação da comunidade internacional”. “Ter uma participação árabe ativa na zona de exclusão aérea deixa muito claro para a população árabe que não se trata de atacar o mundo árabe, mas de defender o povo líbio contra uma ditadura cruel e brutal”, explicou.
Fox fez esta declarações antes de o secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, manifestar que “o que ocorreu na Líbia difere do objetivo de impor uma zona de exclusão aérea”. “O que queremos é a proteção dos civis e não o bombardeio de outros civis”, ressaltou Moussa.
Em entrevista coletiva conjunta com o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, na sede da Liga Árabe no Cairo, Moussa assinalou que pediu relatórios do que está ocorrendo na Líbia. As dúvidas sobre a operação militar aliada foram manifestadas também nas últimas horas pelo ex-embaixador britânico em Trípoli Oliver Miles, que manifestou “sérias reservas” sobre a campanha.
“Entendo por que os britânicos e outros governos consideraram que têm que atuar, mas não estou totalmente seguro de que seja inteligente, de que tudo vá se regular”, disse à BBC. Miles advertiu que, apesar do triunfo dos comandantes militares e dos dirigentes políticos sobre o dano causado nos primeiros ataques às defesas antiaéreas líbias, a parte “realmente difícil” da operação armada ainda está por chegar.
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