Milhares de panamenhos foram às ruas da Cidade do Panamá ontem (18) protestar contra a aprovação da reforma tributária pelo governo do presidente Ricardo Martinelli – aprovada há uma semana – e o projeto de alteração do sistema curricular nas escolas. Ao final da manifestação, 40 trabalhadores foram presos. Na terça-feira (16), a polícia prendeu mais de 200 pessoas que protestavam contra a reforma, que prevê impostos ao consumo entre 5% e 7%.
Alejandro Bolívar/Efe (18/03/2010)
Manifestantes na Cidade do Panamá reclamam do aumento de 5% a 7% no imposto sobre o consumo
De acordo com cálculos oficiais, o protesto reuniu entre três mil e cinco mil pessoas, porém, os organizadores afirmaram terem sido mais de 10 mil. Os manifestantes eram em sua maioria professores e trabalhadores da construção civil, além de representantes de movimento sociais, como a Frente Nacional pela Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais (Frenadeso), organização panamenha não-governamental.
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O objetivo do governo é o de arrecadar 200 milhões de dólares ao ano com a reforma tributária, para financiar um programa de investimentos – orçado em 13 bilhões de dólares – destinado a obras de infraestrutura. Já a reforma na educação é condenada por professores por prever a extinção de cursos técnicos disponíveis em Institutos Profissionais e Técnicos nas escolas.
O empresário direitista Ricardo Martinelli, do partido Câmbio Democrático (CD), foi eleito presidente em maio de 2009, com um slogan da “mudança” e prometendo acabar com a desigualdade social e a violência.
Antonio Vargas, advogado do Suntracs (Sindicato Único de Trabalhadores da Construção) afirmou que recorrerá à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) para exigir a liberação imediata dos presos. A Frensadeso disse que convocará uma greve e mais manifestações caso o governo não solte os trabalhadores até amanhã.
Martinelli, por sua vez, defendeu a ação da polícia durante a manifestação que, segundo ele, “estava interrompendo o trânsito livre de carros na cidade”, segundo o jornal La Estrella de Panama.
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