No sábado (27), os habitantes do arquipélago de Juan Fernández, a 600 quilômetros da costa chilena, sentiram somente um leve tremor no momento do terremoto. Era madrugada e nenhum alarme foi enviado pelo continente. No entanto, pouco tempo depois, uma série de ondas arrasou a localidade, matando cinco pessoas. Hoje (1), o ministro da Defesa chileno, Francisco Vidal, afirmou que a Marinha do Chile falhou ao não emitir um aviso de tsunami para as ilhas e regiões litorâneas.
“A verdade, mesmo que dolorosa, é que uma divisão da Marinha cometeu um erro”, disse Vidal a rede CNN. Segundo o ministro, o aviso poderia ter permitido aos moradores fugir para áreas mais altas.
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A tragédia, porém, só não foi maior por causa da iniciativa de Martina Maturana, de 12 anos, que, segundo o jornal chileno La Tercera, alertou a população para o perigo. Filha de um policial da ilha de Robinson Crusoé, Martina percebeu que logo após o tremor, os barcos começaram a balançar forte na costa. O pai, que havia telefonado para o avô da menina, que vive em Valparaíso, na costa, recebeu a notícia da tragédia que havia acontecido em terra.
Ela então correu para a praça e acionou um alarme. Ela despertou os habitantes do lugar, que também começaram a ativar alarmes e correr para locais mais altos.
“Não sobrou mais nada”
Histórias como essa foram narradas pelo prefeito de Valparaíso, Ricardo Bravo, após desembarcar no continente, depois de visitar o arquipélago na tarde de ontem (28). “Não sobrou nada na ilha”, disse, segundo o La Tercera. De acordo com Bravo, que foi designado chefe do comitê de emergência de Juan Fernández, as ondas invadiram até 300 metros e inundaram um colégio, a praça e a prefeitura.
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O balanço feito por Bravo indica que 200 pessoas estão desabrigadas, o que corresponde a 35% da população da ilha. No entanto, todas estão abrigadas na casa de amigos e parentes. Quanto aos feridos, o governador afirmou que cinco foram transferidos em estado grave no sábado (27) e dois, ontem. “Eles estão em estado mais grave, com fraturas, lesões. Os que tiveram ferimentos mais leves permaneceram na ilha”, contou.
Mapa do Google Earth aponta em vermelho o arquipélago de Juán Fernández
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