O Governo do Marrocos suspendeu nesta sexta-feira (29/10) as atividades da rede de televisão do Catar “Al Jazeera”, assim como o credenciamento de seus funcionários, por “alterar a imagem do país”, anunciou o Ministério da Comunicação em nota.
O Ministério ressaltou que a suspensão responde aos “múltiplos descumprimentos das regras do trabalho jornalístico sério e responsável” supostamente cometidos pela rede.
Após uma “avaliação minuciosa” das reportagens da “Al Jazeera”, o Governo considerou que o “tratamento irresponsável das questões marroquinas alterou seriamente a imagem do Marrocos e prejudicou seus interesses, sobretudo a questão da integridade territorial”.
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Para o Ministério, o canal não respeitou o regulamento, que exige, em todas as circunstâncias, demonstrações de “honestidade, precisão e objetividade, assim como compromisso com as normas e a ética profissionais”.
“A rede não fez nada para remediar esta situação, apesar das observações e advertências a seus responsáveis em repetidas ocasiões”, declara o comunicado, que acrescenta que isto decorre de “uma intenção premeditada de incomodar o Marrocos”.
Em setembro, o canal de notícias havia reduzido de cinco para dois o número de correspondentes no Marrocos, devido à situação de dois de seus jornalistas que ainda não tinham recebido suas credenciais do Ministério de Comunicação depois de 20 meses, segundo fontes da rede.
A “Al Jazeera” recorreu desta decisão no Tribunal Administrativo de Rabat, que ainda nesta quinta-feira decidiu adiar o exame da denúncia contra o Ministério até 25 de novembro, segundo informou nesta sexta-feira o jornal “Akhbar El Yom”.
O chefe da delegação do canal em Rabat, Abdelkader Kharroubi, disse em declarações à Agência Efe que é precisamente essa denúncia a razão que está por trás da suspensão das atividades e dos credenciamentos.
Kharroubi destacou que a suspensão é provisória e que já está negociando com o Ministério de Comunicação – que considera a única contraparte competente para negociar sobre o assunto – para que a situação volte à normalidade.
O diretor da “Al Jazeera” em Rabat declarou também que seu escritório nunca recebeu uma explicação oficial sobre a recusa em credenciar seus correspondentes, e que, apesar da suspensão anunciada hoje, a intenção do canal é manter sua equipe no Marrocos.
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