Os partidos nacionalistas da Catalunha decidiram nesta sexta-feira (03/10) manter para o dia 9 de novembro a realização da consulta popular sobre a soberania da região. Ao reativar a campanha pró-independência, os líderes do movimento também afirmaram que irão pedir ao Tribunal Constitucional espanhol que retire “com rapidez” a suspensão temporária do pleito — no início da semana, a corte havia considerado a consulta ilegal.
Agência Efe
Campanha pró-independência havia sido suspensa no início da semana após decisão do Tribunal Constitucional invalidando o pleito
O presidente da região da Catalunha, Artur Mas, se reuniu hoje com os líderes dos outros três partidos que apoiam a consulta, decidindo manter a convocação para o pleito, chamado localmente de 9-N, para que “os cidadãos possam exercer seu direito ao voto”.
Em rápida reação, o governo espanhol também anunciou que apresentará recurso ao Tribunal Constitucional contra o decreto de criação de uma junta eleitoral catalã, encarregada de cuidar das questões sobre o pleito. O decreto foi assinado ontem por Artur Mas e é considerado pela Espanha um descumprimento da decisão judicial.
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O caso tomou novas proporções quando, na última segunda-feira (29/09), o Tribunal Constitucional aceitou o recurso contrário a essa consulta, o que significa sua suspensão cautelar enquanto se pronuncia sobre a questão, o que pode levar até cinco meses.
Quanto ao decreto assinado ontem, a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, pediu ao presidente regional da Catalunha que se manifeste se vai acatar a decisão do Tribunal Constitucional ou se vai continuar na linha do descumprimento, como fez com a assinatura “inovadora, sem precedentes” dessa medida eleitoral.
“Os cidadãos têm o direito de saber se as resoluções dos tribunais serão cumpridas e respeitadas”, garantiu a vice-presidente, que acrescentou que a procuradoria também estará muito atenta diante da possível prática de algum crime.
Além disso, afirmou que “ninguém pode desenhar a democracia do seu jeito, porque está desenhada de acordo com os direitos dos espanhóis” e criticou Mas ao questionar que autoridade tem um governante para pedir o cumprimento das leis se ele mesmo não as cumpre.
(*) Com informações da Agência Efe