Milhares de pessoas protestaram em Roma neste sábado (18/05) contra as políticas de austeridade fiscal e o alto índice de desemprego no país. Eles reivindicaram, perante o primeiro-ministro do país, Enrico Letta, que se concentre em uma política voltada ao crescimento e à criação de empregos para ajudar a tirar o país da recessão. As informações são da agência de notícias Reuters.
“Esperamos que este governo finalmente comece a nos ouvir porque estamos perdendo a paciência”, disse Enzo Bernardis, um dos milhares de manifestantes que agitavam bandeiras vermelhas e pediam mais direitos para os trabalhadores e melhores contratos de trabalho.
Há menos de um mês no poder, Letta comanda uma aliança desunida formada pelo Partido Democrático (que enfrenta uma crise interna), seus tradicionais aliados do Partido Verde e o direitista PdL (Povo da Liberdade), liderado pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi. PD e PdL são rivais políticos figadais e só se aliaram por falta de outras opções políticas para formar um governo de maioria.
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As pesquisas mostram queda confiança no governo, formado depois de uma eleição sem claros vencedores. Uma das sondagens, divulgada na sexta-feira pelo instituto SWG, mostrou que a taxa de aprovação passou de 43% no início do mês, para 34%, dez pontos percentuais em menos de um mês de governo.
“Não podemos esperar mais” e “Precisamos de dinheiro para viver” eram alguns dos slogans nas faixas espalhadas na multidão.
Quando chegou ao poder, em abril, depois de dois meses de impasse político no país, Letta prometeu que a criação de empregos seria prioridade. Mas vários manifestantes se queixaram de que ele não está mantendo a palavra e, em vez disso, se concentra em uma reforma de impostos sobre a propriedade, esboçada esta semana.
Líderes sindicais afirmam que ele precisa se distanciar da agenda de medidas de austeridade seguidas por seu antecessor no cargo, o tecnocrata Mario Monti, que impôs uma série de corte de gastos, aumento de impostos e reformas previdenciárias para reforçar os cofres públicos, que estavam em situação difícil.
“Precisamos retomar os investimentos. Se não restabelecermos os investimentos públicos e privados, não haverá novos empregos”, disse o secretário-geral do Fiom, sindicato de metalúrgicos.
A Itália está mergulhada em sua maior recessão desde que os dados da economia começaram a ser computados trimestralmente, em 1970. As taxas de desemprego se aproximam de níveis recordes e cerca de 38% dos jovens estão sem emprego.